O miúdo da bicicleta
Depois do “quase-melodrama” que era “O Silêncio de Lorna”, “O Miúdo da Bicicleta” vem confirmar que os irmãos Dardenne encontraram, algures, um coração: já não filmam seres humanos compenetrados na “animalidade” de uma luta pela sobrevivência, filmam seres humanos no momento em que, justamente, a “humanidade” se lhes impõe. É verdade que - e tal como “Lorna” - o cinema de “O Miúdo da Bicicleta” parece menos “essencial” (em todos os sentidos da palavra) do que o que fez a fama dos Dardenne. Mas é outro caso em que, parece-nos, não vale a pena deitar fora o bebé com a água do banho: a ausência de explicações (cabais), a psicologia impenetrável, os efeitos do acaso, tudo isto são elementos que os irmãos belgas continuam a trabalhar muito bem e a constituir em assinatura natural, nada forçada.
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Depois do “quase-melodrama” que era “O Silêncio de Lorna”, “O Miúdo da Bicicleta” vem confirmar que os irmãos Dardenne encontraram, algures, um coração: já não filmam seres humanos compenetrados na “animalidade” de uma luta pela sobrevivência, filmam seres humanos no momento em que, justamente, a “humanidade” se lhes impõe. É verdade que - e tal como “Lorna” - o cinema de “O Miúdo da Bicicleta” parece menos “essencial” (em todos os sentidos da palavra) do que o que fez a fama dos Dardenne. Mas é outro caso em que, parece-nos, não vale a pena deitar fora o bebé com a água do banho: a ausência de explicações (cabais), a psicologia impenetrável, os efeitos do acaso, tudo isto são elementos que os irmãos belgas continuam a trabalhar muito bem e a constituir em assinatura natural, nada forçada.