Criar negócios "online" em tempos de crise
Catarina Almeida, Marta Nunes e Joana Caetano criaram "sites" onde vendem produtos exclusivos e originais
Os projectos que se seguem surgiram em plena altura de crise. As suas mentoras são jovens, não querem emigrar e, por isso mesmo, não baixam os braços.
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Os projectos que se seguem surgiram em plena altura de crise. As suas mentoras são jovens, não querem emigrar e, por isso mesmo, não baixam os braços.
Princess Pea aposta no 100% português
Numa junção colorida de desenhos de ilustradores portugueses com objectos de todos os dias – chinelos, serviços de chá, agendas, bijuteria – nasceu a Princess Pea, a loja online de Catarina Almeida, de 36 anos, pensada como uma forma de "combater a crise".
Os artigos são 100 por cento portugueses, desde a matéria-prima ao produto final e, para além disso, são amigos do ambiente – não se usam plásticos nem fibras sintéticas, e as embalagens são sacos de pano reutilizáveis – coisa de que claramente se orgulha a jovem empreendedora.
Com apenas um mês e meio, a Princess Pea já tem 1500 seguidores na página do Facebook, que Catarina considera ser "uma porta para a rua", e tem-se revelado um sucesso. Fazem-se campanhas promocionais amiúde e com o Natal à porta garante-se a entrega do produto comprado de um dia para o outro, graças à Chronopost.
Marca Ediota estreia-se em "site"
Marta Nunes é uma das mentoras do Ediota. A marca foi lançada em 2008 por sete amigos (incluindo Marta), mas o "site" arrancou há menos de um mês. Por lá apela-se à criatividade através de um conceito inovador, diz Marta, na medida em que qualquer pessoa pode expor as suas ideias.
Com um sorriso entre lábios, Marta, formada em Arquitectura mas sem trabalho, diz querer contrariar a sugestão do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho quando este sugere a emigração. O site tem cerca de mil visitas diárias e o Ediota já soma 800 "likes" no Facebook.
Personalizam-se objectos e o facto de se poder ter uma peça exclusiva têm atraído muitos curiosos. Os cadernos e os crachás são os artigos que mais se têm vendido e, apesar de terem uma grande capacidade de produção, o segredo é "não dar um passo maior que a perna", diz a rapariga de 27 anos.
"A Jubela é como a 'slow-food'"
Joana Caetano tem 31 anos e criou a Jubela em Outubro de 2009. Licenciada em Design de Cenografia pela ESMAE, lê-se no blogue, é com adereços e objectos em pequena escala que mais gosta de trabalhar.
"A Jubela é como a 'slow-food'", cada peça requer o seu tempo. Na loja vendem-se pregadeiras, colares e outros artigos fruto de uma pesquisa de Joana pelo mundo das artes rurais, tradicionais e populares. São objectos feitos à mão, em burel, linho e fazenda e podem assumir valores entre os 17 e os 40 euros.
A crise, remata com convicção, não é um motivo para desistir de um projecto. É nestas alturas que as pessoas mais se movimentam à procura de novas oportunidades e "dão mais valor às pequenas coisas". Estratégias de "marketing"? Não existem. Para divulgar o seu trabalho, Joana fá-lo apenas via Facebook e blogue.