Origem das pedras do círculo interno de Stonehenge confirmada
Uma das maiores questões dos arqueólogos sobre o monumento megalítico situado no centro de Inglaterra é a origem das rochas e o seu transporte. A construção de Stonehenge iniciou-se 3000 a.C. e continuou por mais 1400 anos e o monumento tem cerca de 150 pedras, com algumas a pesar 50 toneladas.
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Uma das maiores questões dos arqueólogos sobre o monumento megalítico situado no centro de Inglaterra é a origem das rochas e o seu transporte. A construção de Stonehenge iniciou-se 3000 a.C. e continuou por mais 1400 anos e o monumento tem cerca de 150 pedras, com algumas a pesar 50 toneladas.
Os investigadores da Universidade de Leicester e do Museu Nacional de Gales estudaram a mineralogia de um tipo de rochas que constituem o círculo central do monumento para determinar o local da sua origem. Os estudos feitos até agora referiam que estas rochas pertenciam a Pembrokshire.
Richard Bevins e Rob Ixer foram mais longe e confirmaram que as pedras fazem parte de um afloramento rochoso granítico chamado Craig Rhos-y-felin, que fica perto de Pont Saeson, no Norte do condado de Gales.
Para isso compararam a mineralogia de várias rochas do condado com as do monumento. Fizeram isso através de uma técnica chamada de petrografia que analisa os minerais e compara as relações de textura que podem ser observadas numa dada rocha.
Ao longo de nove meses os cientistas estudaram as rochas chamadas de bluestones situadas no círculo mais interno do monumento. As bluestones são um termo genérico que se refere às pedras que são originárias de outro local e foram trazidas para ali. Engloba 20 tipos de rochas diferentes.
Os cientistas associaram a origem de 99% das amostras de bluestones a este afloramento granítico em particular. Foi possível determinar ainda quais os locais de origem de certas rochas dentro do próprio afloramento, numa escala de metros a dezenas de metros. Para Rob Ixer a descoberta foi “bastante inesperada e excitante”, disse, citado pela BBC News. O investigador espera ainda vir a descobrir a origem de todas as bluestones.
O que continua por se confirmar é a forma como as pessoas daquela altura transportaram estas rochas ao longo de mais de 200 quilómetros. Uma das hipóteses é que o transporte tenha sido feito pelos rios. “Graças à investigação geológica, conhecemos agora uma fonte específica das rochas graníticas, o que é uma oportunidade para os arqueólogos responderem a esta questão que tem sido largamente debatida”, disse Richard Bevins citado pela BBC News.
Pensa-se que os povos neolíticos que ali viviam olhavam para o monumento como um local mágico e de cura. Hoje ele é um dos pontos arqueológicos mais importantes da Europa e um local muito visitado pelos turistas.