Homens são principais leitores de ebooks e elegem o Kindle
Livros electrónicos são mais práticos, mais leves e menos espaçosos. Ebooks já representam 2,9% das vendas de livros em todo o mundo
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São homens, têm entre os 18 e os 44 anos, e preferem os livros electrónicos porque são mais práticos, pesam e ocupam menos espaço que os livros em papel. Esta é a conclusão de um estudo da Deco, publicado esta terça-feira, e que traça o perfil dos leitores portugueses de livros electrónicos.
O Kindle é o aparelho de eleição. Através de um questionário enviado por email a leitores de livros electrónicos, não só de Portugal mas também de Espanha, Itália, Bélgica e Brasil, a Deco concluiu, através das 823 respostas obtidas, que os homens são quem mais lê ebooks. O estudo, que quis perceber quais os principais motivos para comprar um leitor de ebooks e os seus hábitos de utilização, permitiu não só definir um perfil dos leitores como comparar a realidade portuguesa com a de outros países.
Em Portugal, a maioria que respondeu que lê livros electrónicos é do sexo masculino (65%) e tem entre 18 e 44 anos (74%) e o aparelho que mais usa é o Kindle 2 da Amazon. Segundo os dados revelados pela Deco, 15% dos inquiridos têm um aparelho destes, surgindo em segundo lugar a primeira versão do Kindle (11% ainda têm este leitor). A empresa lançou já a quarta geração deste aparelho, que não figura nas respostas obtidas pela Deco, uma vez que na altura em que o estudo foi feito ainda não tinha sido lançado o aparelho.
12,7% do mercado em 2015
Com o crescimento da leitura e compra de ebooks e com a entrada da Apple no negócio dos livros electrónicos, o mercado livreiro sofreu uma grande alteração, representando os ebooks 2,9% das vendas de livros em todo o mundo, estimando-se que este valor cresça até 12,7% em 2015.
No estudo da Deco, 44% dos inquiridos responderam preferir o leitor de ebooks para a leitura dos livros a qualquer outro aparelho electrónico, como um computador, um smartphone ou um tablet, e quase 70% fá-lo pelo menos uma vez por dia. Cerca de 41% dos leitores usa os aparelhos várias vezes ao dia. Com estes dados, os leitores portugueses destacam-se dos restantes do estudo, onde só a Espanha se aproxima, com 40% dos entrevistados a responderem que usam o dispositivo uma vez por dia. Na Bélgica e no Brasil só em 33% e 34% dos casos é que isto acontece e na Itália apenas 26% dos utilizadores pega no aparelho uma vez por dia.
Entre os países analisados, apenas em Espanha e Itália a maioria dos inquiridos comprou o aparelho numa loja. Em Portugal, Bélgica e Brasil, a maioria comprou o leitor de ebooks na Internet, gastando em média 126 euros no aparelho.
Entre os motivos de preferência por este meio, 79% justificaram a escolha com o lado prático do aparelho, que ocupa menos espaço e é mais fácil de transportar do que uma pilha de livros. Entre outras razões para comprar, há a prenda para o companheiro/a (6%) e a utilização no trabalho (4%). Da análise, ficou claro que os inquiridos não consideram o dispositivo adequado para crianças.
Além do aparelho, a Amazon surge neste estudo também como a plataforma preferida para a compra dos livros, sendo escolhida por 48% dos inquiridos. Atrás surge a loja iBooks, da Apple, a Mediabooks, do grupo Leya, e a Wook, da Porto Editora (cada uma com 5,4%).
Nos últimos três meses, 75% dos leitores compraram pelo menos um livro na sua língua materna. Contabilizando todos os livros electrónicos adquiridos ou arquivados, independentemente do idioma, cada entrevistado português regista uma média de 16 títulos nos últimos três meses. Quanto às temáticas preferidas em Portugal, a ficção (48%) e a literatura contemporânea e clássica (ambas com 46%) lideram as preferências.