Conflito no Centro Dramático de Viana termina com demissão de Castro Guedes
Fundador da Seiva Trupe e fundador e director artístico do Teatro Estúdio de Arte Realista (TEAR), Jorge Castro Guedes previa subir ontem ao palco do Teatro Municipal Sá de Miranda para agradecer à cidade que o recebeu há 21 anos e para esclarecer o público que deixa Viana não por ter “alternativa ou escolha mais aprazível, nem tão-pouco por conflito ou por decisão da administração pública, central ou local”, mas porque “o mandam embora”. A decisão da actual direcção da cooperativa que gere a companhia de teatro profissional da cidade foi comunicada ao encenador no passado dia 29, pondo fim a um processo interno que, segundo Castro Guedes, resultou “de dois entendimentos do teatro incompatíveis”.
Galardoado, o mês passado, com o “Prémio Santareno de Teatro - Especial”, atribuído pelo Instituto Bernardo Santareno, Castro Guedes, que iniciou a sua actividade teatral, enquanto amador, aos 13 anos, e se profissionalizou aos 19, garantiu que não irá “alimentar polémicas”. O encenador, natural do Porto, onde nasceu em 1954, adiantou que da sua boca não se “ouvirão publicamente quaisquer apreciações ou juízos de valor sobre as pessoas”, pois reserva para si “o pensamento que faz sobre o carácter ou ausência dele, relativamente a cada uma”.
Em declarações ao PÚBLICO, Castro Guedes explicou que o seu despedimento ficou resolvido “em apenas três dias”, na sequência de um e-mail que enviou à direcção da cooperativa, a 22 de Novembro, a ameaçar demitir-se caso não fossem definidas as competências técnico-artísticas do director artístico do CDV. “Queria ver, de uma vez por todas, definidas as minhas competências na escolha de elencos, na programação, na promoção e, sobretudo que a direcção me fornecesse os dados dos valores relativos aos dinheiros disponíveis para a produção. A certa altura era impraticável trabalhar”, sustentou.
Castro Guedes reconheceu que se tratou de uma “forma de pressão” que acabou, no entanto, por servir de “pretexto” para a sua dispensa, mesmo depois de se ter manifestado abertura ao diálogo. A 26 de Novembro voltou a enviar um novo e-mail à direcção da cooperativa, comprometendo-se a assegurar a programação do CDV até Agosto de 2012. Prazo que considerou mais do que suficiente para um entendimento. No entanto, segundo Castro Guedes, a decisão já seria irreversível, uma vez que “já tinha sido contratado um novo elemento para o cargo”, ainda não divulgado.
Apesar dos esforços desenvolvidos pela vereadora da Cultura para a realização de uma reunião, que permitisse sanar o conflito, os responsáveis da cooperativa terão recusado interferências alegando tratar-se de um processo interno. O director Administrativo e financeiro do CDV remeteu para os próximos dias uma posição sobre o assunto.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Fundador da Seiva Trupe e fundador e director artístico do Teatro Estúdio de Arte Realista (TEAR), Jorge Castro Guedes previa subir ontem ao palco do Teatro Municipal Sá de Miranda para agradecer à cidade que o recebeu há 21 anos e para esclarecer o público que deixa Viana não por ter “alternativa ou escolha mais aprazível, nem tão-pouco por conflito ou por decisão da administração pública, central ou local”, mas porque “o mandam embora”. A decisão da actual direcção da cooperativa que gere a companhia de teatro profissional da cidade foi comunicada ao encenador no passado dia 29, pondo fim a um processo interno que, segundo Castro Guedes, resultou “de dois entendimentos do teatro incompatíveis”.
Galardoado, o mês passado, com o “Prémio Santareno de Teatro - Especial”, atribuído pelo Instituto Bernardo Santareno, Castro Guedes, que iniciou a sua actividade teatral, enquanto amador, aos 13 anos, e se profissionalizou aos 19, garantiu que não irá “alimentar polémicas”. O encenador, natural do Porto, onde nasceu em 1954, adiantou que da sua boca não se “ouvirão publicamente quaisquer apreciações ou juízos de valor sobre as pessoas”, pois reserva para si “o pensamento que faz sobre o carácter ou ausência dele, relativamente a cada uma”.
Em declarações ao PÚBLICO, Castro Guedes explicou que o seu despedimento ficou resolvido “em apenas três dias”, na sequência de um e-mail que enviou à direcção da cooperativa, a 22 de Novembro, a ameaçar demitir-se caso não fossem definidas as competências técnico-artísticas do director artístico do CDV. “Queria ver, de uma vez por todas, definidas as minhas competências na escolha de elencos, na programação, na promoção e, sobretudo que a direcção me fornecesse os dados dos valores relativos aos dinheiros disponíveis para a produção. A certa altura era impraticável trabalhar”, sustentou.
Castro Guedes reconheceu que se tratou de uma “forma de pressão” que acabou, no entanto, por servir de “pretexto” para a sua dispensa, mesmo depois de se ter manifestado abertura ao diálogo. A 26 de Novembro voltou a enviar um novo e-mail à direcção da cooperativa, comprometendo-se a assegurar a programação do CDV até Agosto de 2012. Prazo que considerou mais do que suficiente para um entendimento. No entanto, segundo Castro Guedes, a decisão já seria irreversível, uma vez que “já tinha sido contratado um novo elemento para o cargo”, ainda não divulgado.
Apesar dos esforços desenvolvidos pela vereadora da Cultura para a realização de uma reunião, que permitisse sanar o conflito, os responsáveis da cooperativa terão recusado interferências alegando tratar-se de um processo interno. O director Administrativo e financeiro do CDV remeteu para os próximos dias uma posição sobre o assunto.