Extinguir 1.º de Dezembro é “murro ao patriotismo”, diz a Sociedade Histórica da Independência
“Portugal seria caso único no mundo” se não celebrar o seu dia da independência, disse José Alarcão Troni durante a cerimónia da Praça dos Restauradores, no centro da capital, onde estiveram cerca de 200 pessoas.
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“Portugal seria caso único no mundo” se não celebrar o seu dia da independência, disse José Alarcão Troni durante a cerimónia da Praça dos Restauradores, no centro da capital, onde estiveram cerca de 200 pessoas.
A Câmara de Lisboa foi representada pelo vereador Manuel Brito (PS), cujo discurso foi abafado pelos gritos de algumas dezenas de jovens. Os jovens pertenciam ao Movimento de Oposição Nacional (MON, uma organização nacionalista) e gritavam “Políticos para a prisão”.
Júlio Tomé, porta-voz do MON, disse tratar-se de um “movimento essencialmente patriota” que quer “defender os interesses do nosso país”: “Queremos que se faça justiça, que não engordem mais os políticos, que o dinheiro vá para quem precisa, os portugueses mais pobres, com mais dificuldades.”
A cerimónia decorreu sem mais incidentes. Além de bandeiras do MON, via-se entre a audiência uma faixa dos Amigos de Olivença (“Olivença é terra portuguesa”) e algumas bandeiras brancas e azuis da monarquia.
Os participantes na cerimónia, entre os quais representantes dos três ramos militares, depuseram coroas de flores junto ao monumento aos restauradores. A banda da Armada e um coro infantil interpretaram o hino de Portugal.
O evento foi ensombrado pela perspectiva de este ser o último dia da Restauração a valer como feriado (em 2012, o 1 de Dezembro será um sábado).
“É um golpe na identidade e auto-estima do país extinguir um feriado que é matriz de todos os outros”, disse à imprensa José Alarcão Troni, assegurando que a Sociedade Histórica da Independência irá continuar a celebrar a Restauração “a 1 de Dezembro, como há 150 anos as comemora, seja feriado ou não”.
“Quem decidiu [extinguir o feriado] não conhece a história de Portugal”, disse ainda Troni. “O 1.º de Dezembro e o 10 de Junho são feriados identitários que unem a nação portuguesa. O resto é circunstancial. Os outros [feriados] têm a ver com a história recente de Portugal ou até com um movimento internacional, como o 1.º de Maio”, acrescentou.
A 1 de Dezembro de 1640 começou em Lisboa uma revolta, instigada pelo grupo dos “40 conjurados”, que resultou na rejeição da dinastia filipina e na restauração da independência de Portugal.