A Pele Onde Eu Vivo

Um dos piores filmes de Almodóvar. Ilustrativo e titubeante, com problemas de estrutura narrativa (personagens a mais, cenas a mais, especialmente na primeira parte), e sobretudo uma notória (in)capacidade de lidar com o “segredo” que faz o coração da história. De que não passa nem a loucura nem o gelo, perdidos num cinema demasiado cómodo, que de vez em quando precisa de “gritar” para não parecer tão cómodo (cf. toda a inútil, e irritante, sequência com o “homem-tigre”).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Um dos piores filmes de Almodóvar. Ilustrativo e titubeante, com problemas de estrutura narrativa (personagens a mais, cenas a mais, especialmente na primeira parte), e sobretudo uma notória (in)capacidade de lidar com o “segredo” que faz o coração da história. De que não passa nem a loucura nem o gelo, perdidos num cinema demasiado cómodo, que de vez em quando precisa de “gritar” para não parecer tão cómodo (cf. toda a inútil, e irritante, sequência com o “homem-tigre”).


Desconsolado, o espectador põe-se a pensar em que outras mãos podia ter caído esta história: num Argento e dava um “giallo”, perverso (sobretudo se fosse com a filha), ribombante e barroco, com o “décor” a engolir tudo e todos (mas no filme de Almodóvar nem há um “décor”); num Chabrol e seria outra fábula sobre a cruel degenerescência da burguesia de província (mas Almodóvar nem deu “contexto” à história); e com umas canções pelo meio, outra euforia e outra amoralidade, podia ser um remake LGBT do “My Fair Lady” (Todd Haynes, talvez, e porque não chamar-lhe “Velvet Goldmember” - LOL, pois com certeza).