Comissão de peritos recomenda a exumação dos restos mortais de Franco

Após cinco meses de trabalho, a comissão conclui agora que os restos mortais do ditador deveriam ser “transferidos para um lugar considerado apropriado pela família”, segundo um relatório entregue esta terça-feira e que lança mais achas para uma fogueira polémica.

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Após cinco meses de trabalho, a comissão conclui agora que os restos mortais do ditador deveriam ser “transferidos para um lugar considerado apropriado pela família”, segundo um relatório entregue esta terça-feira e que lança mais achas para uma fogueira polémica.

O objectivo do governo socialista, que abandona funções em Dezembro, é transformar o mausoléu do Vale dos Caídos, construído durante a ditadura, num lugar neutro em memória de todas as vítimas do franquismo.

Desde 2007 que o governo espanhol se esforça por “despolitizar” este local, símbolo de uma época em que Espanha esteve mergulhada no fascismo e na guerra civil. Precisamente para poder levar a cabo essa tarefa, os governantes socialistas consideraram a hipótese de trasladar os restos mortais de Franco bem como as ossadas de José Antonio Primo de Rivera, o fundador do movimento a Falange Espanhola (partido nacionalista), para urnas pertencentes aos familiares destes símbolos do fascismo.

A comissão estimou, porém, que os restos mortais de Primo de Rivera, fuzilado por republicanos no dia 20 de Novembro de 1936, no início da guerra civil, poderão ficar no mausoléu.