Zeinal Bava diz que PT não partilhará rede de fibra, concorrentes consideram “arrogante”

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Zeinal Bava, presidente executivo da PT DR

“Essa história de querer surfar os investimentos dos outros chega, a rede de fibra óptica é nossa e não temos intenção nenhuma de a partilhar com ninguém”, afirmou Zeinal Bava no painel “Estado da Nação”, do 21.º Congresso da Associação Portuguesa das Comunicações (APDC).

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“Essa história de querer surfar os investimentos dos outros chega, a rede de fibra óptica é nossa e não temos intenção nenhuma de a partilhar com ninguém”, afirmou Zeinal Bava no painel “Estado da Nação”, do 21.º Congresso da Associação Portuguesa das Comunicações (APDC).

Zeinal Bava foi ainda mais longe e afirmou que chega a ser “patética” a utilização do termo “incumbência” quando se fala da PT: “começámos do zero na fibra óptica, não temos aqui qualquer incumbência, começámos do zero na televisão”, destacou.

O presidente executivo sublinhou ainda que a PT não concorre no preço, mas sim na inovação e sublinhou que o caminho certo num contexto desafiante que Portugal vive actualmente a tecnologia é o caminho.

Num debate classificado pelos próprios operadores como uma discussão entre “mexilhões e gorilas”, o presidente executivo da ZON, Rodrigo Costa, caracterizou as afirmações de Bava como “arrogantes”. “É um discurso que não devia existir, a PT é arrogante para os outros operadores que estão no mercado”, disse.

Já o presidente executivo da Optimus, Miguel Almeida, também tinha alertado para a possibilidade de vir a existir um monopólio. “O essencial é o que vai acontecer quando chegarmos a uma situação monopolista na televisão. Esse risco existe”, alertou.

Miguel Almeida aproveitou então para dizer que “é evidente que há caminhos alternativos para a ZON inverter essa possibilidade”, deixando no ar uma possibilidade de “casamento” como classificou o moderador Nicolau Santos entre as duas operadoras.

Mais prudente, Rodrigo Costa lembrou que o tema da consolidação não é sinónimo de crescimento de recursos humanos e frisou que “é muito importante não antecipar eventos”, até porque a fusão com a Sonaecom já é um tema antigo, mas sim continuar a trabalhar e investir no futuro.