Egipto: Líder militar promete transição mais rápida

Foto
Militares egípcios perto da Praça Tahrir Goran Tomasevic/Reuters

Tantawi falava quando os últimos dias têm sido marcados por protestos contra o poder militar, com muitos manifestantes a queixarem-se de que a revolução não ficou completa com a queda do antigo ditador Hosni Mubarak.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Tantawi falava quando os últimos dias têm sido marcados por protestos contra o poder militar, com muitos manifestantes a queixarem-se de que a revolução não ficou completa com a queda do antigo ditador Hosni Mubarak.

Tantawi afirmou também que aceitou a demissão do executivo liderado por Essam Sharaf, e disse ainda que será feito um referendo relativo ao processo de transferência do poder, cujos detalhes não são ainda claros.

Mas na Praça Tahrir, os manifestantes continuaram, depois do discurso, a pedir a demissão de Tantawi.

Antes, fontes presentes numa reunião entre o poder militar e movimentos políticos tinham mencionado também que as autoridades militares se preparavam para realizar eleições mas falaram ainda da possibilidade de um executivo de emergência.

“Foi concluído um acordo para formar um governo de salvação nacional, que terá como missão a realização dos objectivos da revolução de 25 de Janeiro”, afirmou pelo seu lado Mohamed Selim al-Awwa, que já declarou as suas intenções de se candidatar à presidência, à agência oficial Mena, sem dar mais detalhes.

A reunião juntou o chefe de estado-maior e vice-presidente do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), Sami Annan, e forças e partidos políticos, incluindo a Irmandade Muçulmana. O CSFA mencionou ainda nesta reunião a hipótese de nomear para primeiro-ministro o antigo responsável da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), e Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei.

Segundo a emissora pan-árabe Al-Jazira, ElBaradei teria pedido extensos poderes e uma garantia da parte do CSFA de que não interferiria nas questões do Governo.

Da reunião, segundo outras fontes, saiu ainda a promessa de realizar eleições para o Parlamento, previstas para começar já na próxima segunda-feira, e presidenciais antes de Julho.

Notícia actualizada às 18h25