Arte Institute leva festival de “curtas” ao Rio de Janeiro
Festival quer “mostrar a qualidade, o valor e a originalidade da nova geração de realizadores portugueses”
O Rio de Janeiro, no Brasil, vai ser a próxima paragem do Festival Português de Curtas Metragens iniciado este ano em Nova Iorque pelo Arte Institute, um colectivo de jovens apostados na divulgação da cultura contemporânea portuguesa.
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O Rio de Janeiro, no Brasil, vai ser a próxima paragem do Festival Português de Curtas Metragens iniciado este ano em Nova Iorque pelo Arte Institute, um colectivo de jovens apostados na divulgação da cultura contemporânea portuguesa.
Ana Miranda, impulsionadora do colectivo que esteve recentemente ligado à exibição em Nova Iorque do documentário “José & Pilar”, disse à Lusa que a recepção às “curtas” na metrópole norte-americana veio “mostrar a qualidade, o valor e a originalidade desta nova geração de realizadores portugueses”.
“Ficou claro para nós que esta primeira edição do Festival não podia ficar por aqui e que deveria ser realizado noutros países como o Brasil, Espanha, Inglaterra e Alemanha”, adiantou. A edição do Rio de Janeiro, a 9 e 10 de Dezembro, terá lugar no Teatro Cacilda Becker, onde serão mostrados filmes de novos realizadores como Simão Cayatte (“A Viagem”) e Yuri Alves (“Broken Clouds”) e até o vídeo do artista Vhils para o tema “M.I.R.I.A.M” da banda portuguesa Orelha Negra.
Concurso em Dezembro
O programa será idêntico ao de Nova Iorque e será encerrado com uma performance pelo artista João Garcia Miguel, que combina teatro, performance e artes visuais. Paralelamente, o Arte Institute vai abrir no final de Dezembro o concurso para a segunda edição do NY Portuguese Short Film Festival, que acontecerá em Nova Iorque, em Junho do próximo ano.
Além do Festival, o Arte Institute realizou sessões de cinema, música e artes plásticas (“Summer Night Series”) num dos principais parques da cidade, o Union Square Park, com o objectivo de mostrar a cultura portuguesa e o Portugal contemporâneos. “O nosso país continua a manter uma imagem no exterior que não faz justiça à qualidade da produção artística nacional contemporânea. Há um grande desconhecimento do país que somos e do potencial criativo que temos”, afirmou Ana Miranda.
“Até hoje, o Arte Institute, com praticamente todos os eventos gratuitos, não recebeu qualquer apoio público ou privado. No entanto, continua em grande crescimento, fruto de muito empenho, energia, criatividade e muita, muita imaginação”, adiantou a jovem residente em Nova Iorque.
Também na música
Criado há sete meses, o colectivo sem fins lucrativos é composto por apenas três pessoas, todas com empregos a tempo inteiro, e tem-se aberto a colaborações com outras entidades culturais, mais recentemente com a Fundação Saramago para a promoção em Nova Iorque do filme “José & Pilar”, candidato a uma nomeação para os Óscares.
“Neste momento estamos a desenvolver projetos com o Instituto Cervantes, a Residency Unlimited, a Fondacion Mosis, Manifesta, entre outros, que se interessaram por saber mais sobre o Arte e perceberam o valor deste projeto”, adiantou Ana Miranda. O grupo tem estado também a apoiar e a organizar concertos em Nova Iorque de músicos como The Gift, Sara Serpa, At a Distance e André Matos. Dispõe ainda de uma galeria virtual, onde são mostrados trabalhos de artistas portugueses.