Todos a Oslo, já

Lisbon & Estoril Festival decorre até 13 de Novembro. Há filmes extraordinários. É pena os horários não ajudarem

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O festival decorre entre 4 e 13 de Novembro Rui Soares

Há que dizê-lo para começar: este é, claramente, o melhor ano de sempre para a competição do Lisbon & Estoril Film Festival. É isso que torna incompreensível a subalternização da secção competitiva, relegada para horários menores e pouco convenientes para o público, em favor de antestreias mediáticas para filmes que vão chegar às salas ao longo das próximas semanas.

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Há que dizê-lo para começar: este é, claramente, o melhor ano de sempre para a competição do Lisbon & Estoril Film Festival. É isso que torna incompreensível a subalternização da secção competitiva, relegada para horários menores e pouco convenientes para o público, em favor de antestreias mediáticas para filmes que vão chegar às salas ao longo das próximas semanas.

É verdade que três dos 11 filmes a concurso já estão adquiridos para distribuição - dois deles por Paulo Branco, director do festival... -, mas isso não invalida que seja de lamentar que aquela que é tradicionalmente a secção nobre de qualquer certame de cinema pareça aqui ser quase secundária. 

  

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Paulo Branco, director do festival, durante a apresentação do cartaz deste ano Rui Soares

Ainda por cima porque, nesta primeira metade da escolha a concurso, não há um único tiro ao lado - e há um filme grandíssimo, extraordinário, daqueles dos quais não se sai incólume. "Oslo, August 31st" (no Nimas, em Lisboa, dia 5, 22h, e Casino Estoril, dia 7, 15h30) é a segunda longa do norueguês Joachim Trier e é um olhar emocionante para a vida moderna pelos olhos de um drogado recuperado que, no espaço de 24 horas, reencontra os amigos, o passado e a cidade.

Ao pé de "Oslo, Ausgust 31st" tudo empalidece

Um homem (magnífico Anders Danielson Lie) que observa desapaixonadamente a vida que deixou para trás e se pergunta se valerá a pena procurar recuperá-la. Quem conhece um dos melhores filmes do francês Louis Malle, "Fogo Fátuo", reconhecerá em "Oslo, August 31st" uma variação sobre o tema (em comum está a origem no romance de Pierre Drieu de la Rochelle), mas o filme de Trier, requiem ao mesmo tempo intimista e trágico por uma vida normal, aguenta-se por sua conta como filme inteiro, extraordinário, magnífico.


Ao pé de "Oslo, August 31st" (que estreará em 2012 pela Alambique) tudo o resto empalidece, até a inclassificável bizarria de "Target" (no Centro de Congressos do Estoril, dia 7, 14h, e no Monumental, em Lisboa, dia 8, 21h), épica e desequilibrada sátira do russo Aleksandr Zeldovich que tem gerado assinalável corte de ferrenhos desde a sua revelação no Panorama de Berlim 2011.

  

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