Possível fuga num reactor da central nuclear de Fukushima vai ser analisada
O complexo ainda vive a ressaca do sismo e tsunami vividos no Japão a 11 de Março que provocaram explosões em Fukushima, seguidas por libertação de radiação devido ao derretimento do combustível nuclear. Durante meses os responsáveis japoneses tentaram em vão arrefecer os reactores. Uma área de 20 quilómetros de raio à volta do complexo continua evacuada devido à radiação.
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O complexo ainda vive a ressaca do sismo e tsunami vividos no Japão a 11 de Março que provocaram explosões em Fukushima, seguidas por libertação de radiação devido ao derretimento do combustível nuclear. Durante meses os responsáveis japoneses tentaram em vão arrefecer os reactores. Uma área de 20 quilómetros de raio à volta do complexo continua evacuada devido à radiação.
Por isso, este anúncio da empresa veio reabrir as feridas. A Tepco garante que o reactor aparenta a normalidade, as temperaturas e a pressão do nº 2 não se alteraram drasticamente, o que indicaria o derretimento do material nuclear. Ainda assim, lançaram para o reactor mais ácido bórico, que previne a cisão.
O que foi detectado nos filtros do reactor 2 foi Xenon-133 e Xenon-135, substâncias que são criadas durante a cisão nuclear. Estes dois gases têm um tempo médio de vida curto, por isso teriam que ser produzidos há relativamente pouco tempo.
O porta-voz da Agência de Segurança Nuclear e Industrial (NISA, sigla em inglês) explicou que a cisão poderia ter sido originada devido ao derretimento de pequenos pedaços de combustível nuclear. “Uma cisão a larga escala é improvável”, disse Yoshinori Moriyama, citado pelo The Japan Times.
O sucedido acontece um dia depois de o porta-voz do Governo japonês, Yasuhiro Sonoda, ter bebido água descontaminada de Fukushima, depois de ter sido desafiado por jornalistas a mostrar que esta não apresentava perigo e horas a seguir de ser anunciado que uma central nuclear ia ser reactivada, no Sul do Japão, pela primeira vez depois da catástrofe de Março.
A Tepco esperava ter até ao final do ano os três reactores de Fukushima mais atingidos completamente desligados. Mas o incidente, se for comprovado, mostra que não está tudo controlado e que o objectivo poderá estar mais longe do que o esperado.