Intempérie causa estragos um pouco por todo o país

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A intempérie que se faz sentir provocou inundações em Lisboa e os pontos mais atingidos são as zonas ribeirinhas, disse ao PÚBLICO o subchefe principal Esteves, do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.

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A intempérie que se faz sentir provocou inundações em Lisboa e os pontos mais atingidos são as zonas ribeirinhas, disse ao PÚBLICO o subchefe principal Esteves, do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.

A situação mais crítica ocorreu na zona de Belém, pelas 10h30, com uma inundação na via pública que exigiu várias bombas de escoamento, segundo o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.

Às 15h00, o balanço feito pelo Regime de Sapadores Bombeiros de Lisboa dava conta de 143 ocorrências, na sua maioria quedas de árvores e inundações, mas também quedas de revestimento e de cabos eléctricos.

Na origem das inundações está principalmente a falta de escoamento face à chuva intensa que se registou nas últimas horas, segundo o mesmo responsável, que acrescentou que os sapadores bombeiros estavam preparados para o temporal.

Alerta vai manter-se

O alerta mantém-se durante a tarde. “São esperados ventos fortes, o que poderá originar ocorrências mais graves, como quedas de árvores”, informou ainda o subchefe principal Esteves.

A forte chuva sentida nas últimas horas provocou algumas inundações nas estações do Metro de Lisboa, mas não obrigou ao encerramento de nenhuma delas.

A força da água fez com que “várias viaturas”, incluindo duas motos da Polícia de Segurança Pública (PSP), fossem arrastadas na rotunda das Nações, em Barcarena, nos arredores da capital, na parte inferior do viaduto do Itinerário Complementar 19.

Queda de árvore faz um ferido na VCI

Os Sapadores Bombeiros do Porto terminaram ao final da manhã a operação de remoção das duas árvores que caíram cerca das 9h, sobre a Via de Cintura Interna (VCI), no sentido Arrábida-Freixo, junto ao Viaduto das Andresas.

Uma das árvores atingiu três viaturas, causando ferimentos ligeiros no ocupante de uma delas, naquele que foi o incidente mais grave provocado pela intempérie que se fez sentir de manhã no Grande Porto.

Os Sapadores do Porto receberam cerca de uma dezena de pedidos de auxílio, a maior parte devido a infiltrações. Em declarações à Lusa, fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro do Porto disse não ter registado “nenhuma situação anómala”, além da queda das duas árvores na VCI.

Escola em Sintra suspende aulas

Na Grande Lisboa, a Escola Secundária Miguel Torga, em Monte Abraão, em Sintra, suspendeu as aulas devido a infiltrações nos pavilhões provocadas pela intempérie. A professora Ana Paula Garganta disse à Lusa que o pavilhão administrativo da escola “ficou completamente alagado”, com vários prejuízos.

“Hoje foi o caos autêntico. Choveu muito e está tudo alagado. Há muitos prejuízos, principalmente ao nível de computadores e impressoras e na sala da direcção da escola”, afirmou a professora, que integra o conselho directivo.

Segundo Ana Paula Garganta, foi dada indicação aos alunos para ir para casa às 12h30, desconhecendo-se ainda se haverá aulas na quinta-feira.

Contactada pela Lusa, a presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão, Fátima Campos, disse que este estabelecimento escolar, frequentado por 1200 alunos, já deveria ter sido requalificado há vários anos.

Ainda na Grande Lisboa, a ribeira de Tercena, em Oeiras, galgou as margens, inundando três habitações, depois da chuva intensa que se fez sentir durante a manhã, segundo a Protecção Civil.

Quatro voos cancelados nos Açores

Os ventos fortes, com rajadas que podem atingir mais de cem quilómetros por hora, estão a afectar a operação de hoje da transportada aérea açoriana.

A intempérie que se faz sentir no arquipélago dos Açores já obrigou a Sata a cancelar hoje quatro voos entre as ilhas, uma situação que afecta actualmente 204 passageiros. Entre estes passageiros encontram-se alguns dos que não viajaram na terça-feira devido ao temporal e outros que pretendiam viajar hoje. A intempérie levou ontem ao cancelamento de 12 voos entre as ilhas dos Açores, afectando 343 passageiros.

Segundo o Instituto de Meteorologia (IM), o risco “moderado a elevado” (laranja, o segundo mais grave) de temporal deverá manter-se no Norte e no centro do país até à noite de hoje. No arquipélago da Madeira e no resto do país, o IM activou o aviso amarelo. O sistema de alerta do IM tem quatro níveis: verde, amarelo, laranja e vermelho.

Como medidas de prevenção, a Protecção Civil aconselha os cidadãos a desobstruírem os sistemas de escoamento de águas pluviais, a não atravessarem zonas inundadas, a redobrarem os cuidados na condução, a fixarem de forma adequada estruturas soltas ou suspensas e a evitarem actividades ligadas ao mar.

Notícia actualizada às 16h30