Palácio da Presidência vai abrir ao público na Cidadela de Cascais

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Resultado da recuperação já se vê por trás das muralhas Nuno Ferreira Santos

Quem passar pelo Passeio da Rainha D. Maria Pia, à beira da baía de Cascais, ainda ouve barulho de obras. Os trabalhos no interior da alta e larga muralha contígua dizem respeito à empreitada de adaptação da Cidadela para fins turísticos, nomeadamente uma pousada do grupo Pestana. O palácio afecto à Presidência da República, bem como a capela anexa, já se encontram recuperados. Entre muros, a calçada junto ao imóvel está pronta, e a azáfama tomou conta da antiga parada para que tudo fique pronto nas próximas semanas.

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Quem passar pelo Passeio da Rainha D. Maria Pia, à beira da baía de Cascais, ainda ouve barulho de obras. Os trabalhos no interior da alta e larga muralha contígua dizem respeito à empreitada de adaptação da Cidadela para fins turísticos, nomeadamente uma pousada do grupo Pestana. O palácio afecto à Presidência da República, bem como a capela anexa, já se encontram recuperados. Entre muros, a calçada junto ao imóvel está pronta, e a azáfama tomou conta da antiga parada para que tudo fique pronto nas próximas semanas.

A reabilitação do palácio da Presidência, como costuma ser designado, teve por base um projecto do arquitecto Pedro Vaz. A assessoria para a comunicação social da Presidência da República confirmou ao PÚBLICO, por escrito, que a obra "encontra-se quase concluída" e que as instalações devem abrir "até finais de Novembro de 2011".

"Não está prevista uma inauguração", salienta a nota do gabinete de Cavaco Silva, acrescentando que foram executadas as infra-estruturas com vista à instalação de um pólo do Museu da Presidência da República, mas "para a sua concretização não existe uma data prevista, tendo em atenção as restrições orçamentais". O pólo do museu será dedicado às ordens honoríficas, como estava projectado, e entretanto o espaço vai servir para exposições temporárias.

Essa será, aliás, a forma encontrada para abrir as portas do palácio durante um mês, entre 20 de Novembro e 20 de Dezembro, segundo o PÚBLICO apurou. Aníbal Cavaco Silva vai usar o espaço por ocasião da próxima reunião do Conselho para a Globalização, iniciativa que costuma juntar personalidades portuguesas e estrangeiras, mas que este ano vai reunir apenas um conjunto de empresários e gestores portugueses com actividade fora do país. Este primeiro evento oficial no palácio está agendado para 25 de Novembro. E, esclarece a assessoria da Presidência da República, para além da "utilização dos salões principais para reuniões ao mais alto nível" e para "outras cerimónias de carácter institucional", pretende-se definir, com o apoio da Câmara de Cascais, um "perímetro de visitas" para o público.

É nesse sentido que, a par da reunião do Conselho para a Globalização, está a ser preparada uma exposição que servirá como pretexto para que os visitantes possam constatar o resultado da recuperação do monumento. De acordo com o projecto, a área do museu ocupa as caves e as garagens que se encontravam devolutas, com acesso pelo topo sul do piso térreo. No topo norte será criada uma cafetaria, com esplanada, e a bilheteira servirá o museu e o percurso palaciano. Os salões de banquetes, o salão nobre, as salas de jantar e de fumo do Presidente Craveiro Lopes, o gabinete moçárabe e o quarto do rei D. Luís beneficiaram de restauro. Manteve-se a distribuição das salas, vestíbulo e quarto do rei D. Carlos. Os quartos para as comitivas oficiais ficam virados para a praça e, no piso superior, estão incluídos aposentos para o Presidente da República.

Pousada abre em Fevereiro

A capela da Cidadela, nota a assessoria de Cavaco Silva, "reúne condições para a reintrodução do culto" e, por isso, "pretende-se encontrar um equilíbrio entre o seu uso e a sua condição como parte do núcleo do palácio". A empreitada de reabilitação do palácio orçou em 6,534 milhões de euros, dos quais três milhões resultam das contrapartidas anuais da zona de jogo da Costa do Estoril. O restante montante inscrito no PIDDAC (Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) foi repartido no Orçamento do Estado dos últimos quatro anos.

"Estamos muito agradecidos ao Presidente da República por ter sido possível recuperar o palácio da Cidadela, que se encontrava muito degradado, e vamos ajudar a encontrar uma forma de manter o espaço aberto a visitas regulares do público", comentou o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras.

O autarca social-democrata acrescentou que a abertura, para breve, da Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, monumento anexo à cidadela, em colaboração com o Ministério da Defesa, permitirá criar uma nova dinâmica na área do turismo e "valorizar o património de Cascais".

A pousada da Cidadela deverá ser inaugurada em Fevereiro de 2012, revelou o presidente da Câmara de Cascais. As obras da unidade hoteleira, com 127 quartos, estão prontas e até ao final do ano devem ficar concluídas as restantes áreas de comércio e serviços e espaços públicos. A exploração do espaço - cedido por 70 anos ao município contra 2,8 milhões de euros para os ministérios das Finanças e da Defesa - foi concessionada ao grupo Pestana, que se propôs investir 20,5 milhões e pagará 285 mil euros por ano (mais dois por cento da facturação bruta).