Regulador das estradas admite ter sido alvo de "coacção" por ex-secretário de Estado

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Paulo Campos não terá gostado de um relatório do Inir sobre a renegociação das concessões Pedro Cunha/arquivo

Alberto Moreno, presidente do organismo, está a ser ouvido esta tarde na comissão parlamentar de Obras Públicas, a propósito da renegociação dos contratos das concessões rodoviárias realizada pelo anterior Governo PS. Depois de receber um documento com a análise financeira à renegociação das concessões, em Novembro de 2010, o antigo secretário de Estado fez um despacho onde manifesta “preocupação” sobre a qualidade do relatório e repreende o Inir.

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Alberto Moreno, presidente do organismo, está a ser ouvido esta tarde na comissão parlamentar de Obras Públicas, a propósito da renegociação dos contratos das concessões rodoviárias realizada pelo anterior Governo PS. Depois de receber um documento com a análise financeira à renegociação das concessões, em Novembro de 2010, o antigo secretário de Estado fez um despacho onde manifesta “preocupação” sobre a qualidade do relatório e repreende o Inir.

“É uma coacção típica de quem não quer ouvir a verdade”, afirmou o presidente do Inir, em resposta à deputada Carina Oliveira do PSD, acrescentando que na altura não se demitiu por valorizar o trabalho em equipa.

Apesar de assegurar “não sentir pessoalmente nenhuma ameaça”, Alberto Moreno afirmou ainda não haver “independência objectiva” do Inir.

O PS, pela voz de Duarte Cordeiro, argumentou que a análise do Inir foi corrigida quatro dias depois, pondo em causa a credibilidade dos dados. “Corrigi o que tinha de corrigir sem que as correcções alterassem as conclusões”, contrapôs Alberto Moreno.

Segundo a análise financeira feita pelo Inir, as renegociações de duas ex-Scut resultaram num prejuízo para o Estado de cerca de 600 milhões de euros.

Notícia actualizada às 16h37