DFA: Dez felizes anos (parte 3)
No 10.º aniversário da DFA, o Bodyspace escolheu os dez discos da editora que mais marcaram a última década. Até sexta o P3 apresenta aperitivos da lista completa
A 4 de Novembro, no Lux, a DFA, editora criada por James Murphy dos LCD Soundystem, comemora estes dez felizes anos. Confirmados estão o próprio Murphy, Nancy Whang (teclista dos LCD Soundsystem), Alexis Taylor (Hot Chip) e os Shit Robot. A lista continua até sexta.
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A 4 de Novembro, no Lux, a DFA, editora criada por James Murphy dos LCD Soundystem, comemora estes dez felizes anos. Confirmados estão o próprio Murphy, Nancy Whang (teclista dos LCD Soundsystem), Alexis Taylor (Hot Chip) e os Shit Robot. A lista continua até sexta.
Black Dice - "Beaches and Canyons" (2002)
A metamorfose foi sempre, felizmente e para bem de todos nós, uma qualidade bem personificada pelos Black Dice durante toda a sua existência e até aos dias que correm. E na surpreendente estreia pela DFA, não foi garantidamente excepção. As canções (que é como quem diz) e o hardcore iam já bem longe e o que interessava aos Black Dice por estas alturas era a electrónica estilhaçada em mil pedaços e as pesquisas digitais com alto teor noise e explorativo. Pouco tempo antes de lançarem o maravilhoso single “Cone Toaster”, nove minutos de puro prazer quase dançável, os Black Dice assinaram em Beaches and Canyons cinco explorações carregadas de ruído branco do bom, toneladas de percussão e batidas certeiras, vozes que parecem saídas de uma instituição psiquiátrica, manipulação digital avançada e até, imagine-se, sons do mar. (...) André Gomes
Juan MacLean - "Less Than Human" (2005)
Não fossem as insistentes pressões de James Murphy e Tim Goldsworthy para John Maclean regressar à música e este disco nunca teria existido. No mesmo ano em que os Daft Punk se assumiam intrigantemente "human after all", Maclean fazia o contrário, manifestando o afastamento da condição humana. Tudo muito estranho, contraditório e peculiar numa música que praticamente em todos os momentos pulsava vida e irradiava uma dose satisfatória de calor – mesmo com as máquinas no centro de toda a operação. Ainda hoje esse calor não se perdeu, continuando este disco de estreia do norte-americano a ser um trabalho bem humano no seu núcleo. (...) Rafael Santos
LCD Soundsystem - "LCD Soundsystem" (2005)
Se James Murphy soubesse, que a recuperação de músicas de décadas anteriores a que faz menção em “Losing My Edge”, iria resultar em algo tão detestável como o "chillwave" (o pior “movimento” para a música desde a indietronica), é provável que pensasse duas vezes antes de a ter escrito. Como “ignorance is bliss”, ganhámos todos. Começava aí um percurso incomum para um dono de editora. Nomeadamente, fazer a melhor música de todos os artistas a ela ligados. E o incomum, olhando para a estreia em longa duração para os LCD Soundsystem em 2005, continua logo na faixa de abertura. Músicas que mencionam outras bandas costumam morrer afogadas na sua própria esperteza. Mas “Daft Punk Is Playing At My House” é tão estonteante como viver numa máquina de pinball, com guitarras-tesoura-de-podar, cowbell, e um groove qual corredor da morte de que não queremos fugir. (...) Nuno Proença
Lê o artigo completo no Bodyspace.