Ainda somos conservadores quando lemos ebooks
O que os adultos querem de um ebook é que ele seja o mais parecido com o livro em papel. Só abrem uma excepção para a criatividade: quando se trata de literatura infantil. As vendas de livros impressos caíram em 2010 e os géneros mais afectados foram a ficção e a literatura infantil. E é o grupo britânico Pearson que lidera o mercado mundial foi hoje divulgado no primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt.
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O que os adultos querem de um ebook é que ele seja o mais parecido com o livro em papel. Só abrem uma excepção para a criatividade: quando se trata de literatura infantil. As vendas de livros impressos caíram em 2010 e os géneros mais afectados foram a ficção e a literatura infantil. E é o grupo britânico Pearson que lidera o mercado mundial foi hoje divulgado no primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt.
Os leitores que compram ebooks actualmente nos Estados Unidos são muito conservadores. "Querem ler nos seus ereaders o que lêem no papel. A questão agora é saber se no futuro esses leitores vão querer ter nos seus aparelhos coisas mais criativas", disse John Makinson, ontem à tarde, no primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt, numa sessão onde se discutiam quais os novos horizontes para a indústria editorial global.
Mas quando se entra no mercado da literatura infantil, a percepção dos leitores é diferente. "Basta ver uma criança de dois anos a mexer num iPad, um tablet da Apple, para se perceber o que vai acontecer no futuro", acrescentou o CEO da Penguin. Um leitor habitual de livros em formato digital está disposto a pagar mais dinheiro por uma aplicação ou por um ebook que tenha toda a tecnologia multimédia que lhe pode estar associada - vídeo, áudio, etc, etc - se se tratar de um livro de literatura infantil. Mas quando se entra no mercado de livros para adultos, o que os leitores querem ainda é ter a mesma experiência que têm ao ler um livro em papel.
Outros dos dilemas que a marca Penguin enfrenta num momento em que a digitalização facilita a globalização é saber se deve continuar a apostar no mercado da língua inglesa ou se deve optar por estender a sua marca para outros países, como já fez no Brasil numa associação com a editora Companhia das Letras.
O CEO da Penguin, John Makinson, falava durante a sessão onde foi divulgada a lista dos maiores grupos de editores do mundo em 2011 feita pela revista especializada LivresHebdo . O grupo britânico Pearson aparece em primeiro lugar nesta classificação da indústria editorial. Com as suas duas marcas - a Pearson Education e a Penguin - teve em 2010 o melhor ano da sua história com um total de volume de negócios de 6102 milhões de euros. A Pearson Education é considerado o mais importante editor escolar do mundo e a Penguin Group (Dorling Kindersley, Puffin e Ladybird) é um dos principais editores generalistas mundiais com a publicação de 4 mil novos títulos por ano.
A uma distância de mais de 700 milhões de euros aparece nesta lista da LivresHebdo em segundo lugar, o grupo Reed Elsevier com um total de 5387 milhões de euros em 2010. Com as marcas Lexis Nexis e Elsevier Science, este grupo é especializado em publicação de livros de ciência, medicina, direito e gestão. Em terceiro lugar na lista ficou o grupo canadiano Thomson Reuters. Em quinto, a Bertelsmann, seguida da Hachette Livre em sexto.
É o quinto ano que este palmarés que classifica os grupos editoriais mundiais é realizado pela revista francesa em conjunto com a Rudriger Wischenbart Content and Consulting.
Pela primeira vez entraram na lista grupos editoriais chineses, russos e brasileiros. Na China, no Brasil e na Coreia os novos gigantes da edição estão ligados à edição escolar e universitária.
Um outro relatório sobre a vendas de livros mundiais foi divulgado durante a conferência TOC - Tools of Change em Frankfurt. A Nielsen Book revelou que as vendas de livros impressos continuaram a cair em 2010 em diversos mercados e concluiu que as condições macroeconómicas vão ficar piores antes de melhorarem.
No mercado a maior queda na venda de livros impressos deu-se na Irlanda (8,7 %), no Reino Unido (6,1%), nos EUA (5,7%) e em Espanha (2,3 %). O género literário mais afectado por esta quebra de vendas nos livros impressos foi a ficção seguida dos livros infantis.