Piratas portugueses querem ser um partido político até 2015
Defendem protecção de dados e redução do tempo de "copyright". Querem ser partido político até às legislativas
Nas últimas eleições de Berlim, na Alemanha, o Partido Pirata Alemão alcançou 8,9% dos votos, o que corresponde a 15 deputados eleitos. Apesar de não ter sido o primeiro Partido Pirata a conseguir eleger deputados (o Sueco foi pioneiro nesta corrida, ao ter conquistado dois eurodeputados em 2009), os resultados destas eleições foram a melhor campanha publicitária que os "piratas" podiam desejar. E à escala internacional.
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Nas últimas eleições de Berlim, na Alemanha, o Partido Pirata Alemão alcançou 8,9% dos votos, o que corresponde a 15 deputados eleitos. Apesar de não ter sido o primeiro Partido Pirata a conseguir eleger deputados (o Sueco foi pioneiro nesta corrida, ao ter conquistado dois eurodeputados em 2009), os resultados destas eleições foram a melhor campanha publicitária que os "piratas" podiam desejar. E à escala internacional.
Em Portugal, desde 2009 que há "piratas" a quererem ser um partido político, missão ainda não cumprida. Ao P3, André Rosa, um dos fundadores do Movimento Partido Pirata Português (MPPP), diz esperar que o resultado dos homólogos alemães "seja o princípio de um abrir de mentes das pessoas". Adelino Maltez, politólogo, considera que tal resultado "é incomparável com o sistema português, porque talvez seja aquele que tem manifestado maior resiliência nos últimos 30 anos ".
Alunos de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, os "piratas" portugueses que criaram o MPPP ouvem "toda a gente" e não têm lideres. "Temos grupos de trabalho, pessoas que querem formar um partido, mas ninguém manda", garante André Rosa.
"As nossas bandeiras são a defesa da privacidade dos dados pessoais e a redução do tempo de 'copyright', para os monopólios deixarem de existir", explica o universitário de 22 anos, mas é pela luta contra a criminalização dos "downloads" e partilhas que os "piratas" são mais conhecidos.
"O livre acesso às artes, à informação, ao conhecimento em geral e a uma educação de qualidade e de abrangência não partilhada" são também reivindicações destes jovens, presentes no manifesto.
Quatro anos e 7200 assinaturas
André Rosa foi o grande impulsionador deste movimento, que está a percorrer os passos necessários à constituição formal de um partido político em Portugal. Das 7500 assinaturas necessárias para que tal aconteça, apenas "trezentas e poucas" foram já recolhidas. "O nosso objectivo é conseguir o número necessário de assinaturas até às próximas eleições legislativas", explica Rosa.
E como "piratas" que são, a Internet é o principal meio de divulgação das suas ideias. O Facebook e o fórum do MPPP é onde têm "mais actividade". Todavia, de momento, são "muito poucos" os membros a trabalhar mais regularmente para o movimento, ainda que a "ajuda das várias pessoas que se registam no fórum e que vão dando opiniões e ideias" não seja desperdiçada.
"As pessoas que estão mais receptivas a este tipo de ideias situam-se na faixa dos 40 anos para baixo", refere Rosa. Mas aceitam "qualquer pessoa, de qualquer idade, mesmo que não concorde totalmente connosco", assegura. Até porque o objectivo é mesmo fazer com que a palavra "movimento" possa desaparecer da designação. Que é, como quem diz, ser um partido para valer .
Perante a situação actual do país, o MPPP, que esteve presente na manifestação de 12 de Março, sugere uma "espécie de 'brainstorming' nacional". "Temos esta situação, o país está como está, vamos mas é arranjar ideias!", propõe André Rosa.
Notícia corrigida em 12/10/11