Fernando Maia Pinto foi dispensado da direcção do Museu do Douro
“A administração decidiu, por unanimidade, não aceitar a proposta do director de continuar no cargo, renegociando as condições do seu contrato”, disse ao PÚBLICO a presidente da administração, Elisa Babo, recordando que Maia Pinto ocupava o cargo “em regime de cedência especial do Igespar ao museu”.
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“A administração decidiu, por unanimidade, não aceitar a proposta do director de continuar no cargo, renegociando as condições do seu contrato”, disse ao PÚBLICO a presidente da administração, Elisa Babo, recordando que Maia Pinto ocupava o cargo “em regime de cedência especial do Igespar ao museu”.
À frente da direcção, interinamente, fica o arquitecto Fernando Seara, subdirector desde o início do ano. “Achamos que era chegada a altura de abrir um novo ciclo na história do museu”, acrescentou Elisa Babo, a justificar a substituição.
A decisão da administração foi mal recebida por Maia Pinto, que se diz “muito magoado” com a dispensa e acusa os responsáveis de “quebra de solidariedade”. “Fiquei surpreendido e tenho imensa pena de ter de abandonar agora este trabalho. Dizem que querem entrar num novo ciclo. Pelos vistos, querem fazê-lo com alguém que seja mais contido, menos esfuziante, e que aposte menos na festa”, lamenta o ex-director, que entrara para o museu, na Régua, no início de 2007, e tinha antes dirigido o Parque Arqueológico do Vale do Côa.
A decisão da administração de substituir o responsável pelo Museu do Douro surge num contexto em que o agora ex-director vinha sendo objecto de alguma contestação. Maia Pinto era principalmente acusado de não fazer a ligação do museu à região, impossibilitando-o de cumprir a sua função fundadora – a de ser um “museu do território”. O ex-director considera que o seu “afastamento” surge numa altura em que “o museu está a crescer, tanto em visibilidade mediática como na conquista de visitantes [20 mil em 2010]”, e refere como exemplo o sucesso da exposição dedicada ao bicentenário da Ferreirinha: “Dona Antónia Adelaide Ferreira – Uma vida singular” (até Abril de 2012).
Elisa Babo não avançou, entretanto, qualquer data para a escolha de um novo director. “O arquitecto Fernando Seara ficará em funções interinamente. A seu tempo, a administração encontrará a solução directiva para o futuro”, diz, acrescentando que o subdirector terá já a responsabilidade de preparar o orçamento e o plano de actividades para o próximo ano.
Fernando Seara trabalhava como assessor no museu desde a reconstrução da velha Casa da Companhia. A sede actual foi inaugurada em Dezembro de 2008, com uma exposição dedicada ao Barão de Forrester, que com a “Ferreirinha” forma a dupla mais importante da história do Douro.