Simpsons perdem audiência, Homer perde salário
A 20th Century Fox diz que a "sitcom" criada por Matt Groening deixou de ser lucrativa e ameaça pôr-lhe um ponto final
Nos últimos cinco anos, Os Simpsons perderam quase 19% de audiência. Os custos de produção, pelo contrário, continuaram a subir. E é normal que seja assim numa série que se mantém no ar durante muito tempo. Mas a 20th Century Fox diz que a "sitcom" criada por Matt Groening deixou de ser lucrativa e ameaça pôr-lhe um ponto final.
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Nos últimos cinco anos, Os Simpsons perderam quase 19% de audiência. Os custos de produção, pelo contrário, continuaram a subir. E é normal que seja assim numa série que se mantém no ar durante muito tempo. Mas a 20th Century Fox diz que a "sitcom" criada por Matt Groening deixou de ser lucrativa e ameaça pôr-lhe um ponto final.
A produtora quer por isso reduzir os salários dos actores que dão voz às personagens principais da série – Dan Castellaneta (Homer), Julie Kavner (Marge), Nancy Cartwright (Bart), Yeardley Smith (Lisa), Hank Azaria (Moe, Chefe Wiggum e Apu) e Harry Shearer (Mr. Burns e Ned Flanders). A 20th Century Fox “pretende reduzir drasticamente o salário médio de seis dígitos por episódio dos actores-chave”, escreve o Los Angeles Times.
A licença de exibição de cada episódio é vendida por cerca de cinco milhões de dólares (3,6 milhões de euros) à Fox, que faz parte da News Corp. de Rupert Murdoch, tal como a produtora 20th Century Fox. O número é avançado pelo mesmo jornal norte-americano, que cita fontes próximas do processo negocial, anónimas devido ao carácter “sensível” do assunto.
7,1 milhões a assistir
É a Fox que argumenta que a série deixou de dar lucro, dado o preço que por ela paga e a queda que tem registado nas audiências. Na mais recente temporada, a 23.ª (a série foi criada em 1989), Os Simpsons tiveram em média 7,1 milhões de telespectadores. Há cinco anos, este número era substancialmente superior: 8,7 milhões. A queda é de quase 19%.
Os lucros arrecadados com Os Simpsons não se limitam à exibição de episódios inéditos. Há as reposições, os DVD, os jogos de vídeo, a vasta gama de produtos associados às famosas personagens amarelas e, claro, a longa-metragem realizada por David Silverman que chegou às salas de cinema em 2007.
Será que os responsáveis da News Corp. estão dispostos a dar por encerrada uma fonte de tantos e diversificados rendimentos? Talvez. Ainda de acordo com o Los Angeles Times, há dentro do grupo de Rupert Murdoch quem defenda que a margem de lucro de Os Simpsons dispararia se se deixasse de produzir novos episódios.
Isto porque os acordos para reposições estão negociados há anos, com valores inferiores aos que poderiam agora ser conseguidos. E os defensores desta tese lembram que, quando a 20th Century Fox deixar de produzir novos episódios, estes contratos vão começar a expirar. A News Corp. poderá então negociar esses direitos com estações de televisão que paguem mais, sejam canais locais ou por cabo.