Os filmes dos universitários saíram das salas de aulas
O U.Frame é organizado por universidades de Portugal, EUA, Singapura e Brasil
Vídeo experimental, documental, de animação ou de ficção. Jovens realizadores portugueses, espanhóis, alemães ou norte-americanos. A 4.ª edição do U.Frame - Festival Internacional de Vídeo Universitário começa esta quinta-feira, no pequeno auditório do Rivoli, no Porto.
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Vídeo experimental, documental, de animação ou de ficção. Jovens realizadores portugueses, espanhóis, alemães ou norte-americanos. A 4.ª edição do U.Frame - Festival Internacional de Vídeo Universitário começa esta quinta-feira, no pequeno auditório do Rivoli, no Porto.
“Dá-se visibilidade a filmes que, de outra forma, ficavam na sala de aula”, explicou Joana Miranda coordenadora deste festival que, depois de uma edição na Corunha, Espanha, regressa ao Porto entre quinta e sábado. As sessões de exibição dos filmes selecionados para competição, a maior parte curtas-metragens de ficção, são entre as 14h e as 18h, e têm entrada gratuita.
A sessão dos premiados decorre no sábado, a partir das 18h, e o festival encerra nesse dia com um concerto dos We Trust, pela primeira vez em versão acústica. “A maioria esmagadora dos filmes vem de fora, temos candidatos espalhados praticamente pelo mundo inteiro”, afirmou Joana Miranda à Lusa, apontando que o “curioso é que até vêm relativamente poucos filmes do Porto”.
Profissionalismo vs falta de meios
O U.Frame é promovido pela Universidade do Porto, em associação com a Universidade da Coruña, Espanha, de Texas, Austin, às quais se juntaram este ano a Nanyang Technological Universidade de Singapura e a Metodista de S. Paulo, no Brasil.
Este ano, o U. Frame conta com a participação de estudantes realizadores de universidades de Espanha, China, Polónia, Israel, Brasil, Egipto, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica e Portugal, com filmes de ficção, animação, documentários e experimentais.
Joana Miranda aponta os alemães como exemplo do grau de profissionalismo que podem atingir alguns destes vídeos: “Eles têm director de fotografia, actores profissionais, equipas profissionais, apesar de serem realizados por estudantes no âmbito de uma escola.
Este ano, temos uma curta-metragem muito engraçada de ficção filmada na Índia. Imaginem o custo de uma escola alemã deslocar para Bombaim uma equipa profissional”.
Em contraste, a coordenadora do U.Frame, recorda os filmes selecionados de uma escola em Israel: “Está a dar os primeiros passos e percebe-se que é ainda completamente embrionária, de forma que até ficámos chocados com a falta de meios. Mesmo assim, encontra-se aí um olhar mais atento sobre o que é a realidade e o cinema do que, às vezes, num filme imaculado de uma escola muito boa.
Neste festival, tenta mostrar-se que “o que faz um bom realizador, às vezes, não está nos grandes meios, mas num rapaz com uma ‘handycam’ e 200 dólares para fazer um filme”.
Além da competição, o U.Frame promove paralelamente um conjunto de "workshops" diversificados, que vão desde como fazer “Video Clips Low Cost” ao trabalho para plataformas móveis ,com “Vídeo e Mobile: Amor à primeira vista” ou ao argumento, com “Por trás de um grande filme há (quase) sempre um grande argumentista”. Haverá ainda uma "master class" de fotografia, por Olga Osório, da Universidade da Corunha.