Ser enfermeira em Inglaterra

Filipa Branco cansou-se de não receber resposta aos currículos enviados em Portugal e decidiu ser enfermeira em Northampton

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Em Inglaterra, Filipa Branco diz ter encontrado uma melhor qualidade de vida DR

Sempre existiu um fascínio especial pelo estrangeiro. "Desde que fiz Erasmus na Finlândia ficou sempre um bichinho". A verdade é que, para Filipa Branco, em termos de emprego, a pátria já não era assim tão amada. "Dos quarenta e tal currículos que enviei, tive uma ou duas respostas negativas". O resto "diziam-nos que ia para o monte (…), onde já tinham centenas de currículos".

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Sempre existiu um fascínio especial pelo estrangeiro. "Desde que fiz Erasmus na Finlândia ficou sempre um bichinho". A verdade é que, para Filipa Branco, em termos de emprego, a pátria já não era assim tão amada. "Dos quarenta e tal currículos que enviei, tive uma ou duas respostas negativas". O resto "diziam-nos que ia para o monte (…), onde já tinham centenas de currículos".

Esta realidade foi o que mais impulsionou Filipa, licenciada em enfermagem desde 2010, a procurar emprego além-fronteiras. Mas não o fez sozinha. Fê-lo com outros colegas que também não conseguiam encontrar, em Portugal, o emprego que pretendiam na área. "Começámos todos a concorrer. É sempre mais fácil concorrer com alguém do que concorrer sozinho", diz.

No caso de Filipa, o emprego, ou melhor, os empregos que teve depois de se licenciar e que não eram aqueles que mais a realizavam consistiam em dois "part-time": um, num lar; outro, num dentista. É certo que com os dois postos conseguia ganhar um salário de enfermeira, mas isso não compensava as "45 / 50 horas por semana" de trabalho.

Filipa Branco dá algumas informações relativas à enfermagem inglesa

Inglaterra recruta em Portugal

Northampton - a cidade em Inglaterra onde Filipa trabalha numa clínica privada, desde Janeiro - começou a ficar mais perto quando empresas inglesas começaram a recrutar enfermeiros em Portugal.

O passaporte ganhou um carimbo quando, "através do site Fórum Enfermagem", ficou a saber da existência dessas empresas. Concorreu e hoje fala desde Northampton para o P3.

"Estou bem cá, gosto do que estou a fazer, tenho todas as condições e vou a Portugal todos os meses, se quiser, porque os vôos não são assim tão caros. Voltar não me passa pela cabeça". Torna-se compreensível, até porque as condições de trabalho de Filipa melhoraram substancialmente. "Trabalho 37 horas e meia por semana e ganho mais 50% do que ganhava em Portugal", revela.

Escolher destino acolhedor

No entanto, uma boa adaptação ao estrangeiro implica ir para um destino acolhedor. Filipa dá a garantia de que Inglaterra o é: "Isto é um país multicultural (…) e eles estão habituados a receber".

Mais importante do que tudo isso é saber se os enfermeiros portugueses podem aventurar-se em "terras de Sua Majestade": "Sem dúvida. Se se inscreverem no National Health Service (NHS) recebem, como eu recebo de dois em dois dias, mais de cem propostas de emprego para enfermeiros", afirma Filipa Branco.