Acabar curso de enfermagem não significa ter emprego estável
Mais de 40% dos licenciados nos últimos três anos tem trabalho precário, revela estudo da Ordem dos Enfermeiros
Mais de 41% dos enfermeiros inscritos na Ordem dos Enfermeiros (OE), nos últimos três anos, trabalha em condições precárias - ora com contrato a termo, ora somente como prestador de serviços. É o que revela o documento "Situação Profissional dos Jovens Enfermeiros em Portugal", um estudo realizado pela OE pelo terceiro ano consecutivo.
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Mais de 41% dos enfermeiros inscritos na Ordem dos Enfermeiros (OE), nos últimos três anos, trabalha em condições precárias - ora com contrato a termo, ora somente como prestador de serviços. É o que revela o documento "Situação Profissional dos Jovens Enfermeiros em Portugal", um estudo realizado pela OE pelo terceiro ano consecutivo.
A percentagem de 41,05% de profissionais em regime precário faz parte do valor de enfermeiros empregados (80,06%). No entanto, percebe-se que este elevado valor de empregabilidade, quando aprofundado, não é sinónimo de estabilidade.
Há ainda o caso de trabalhadores que, uma vez licenciados, não exercem a profissão em que se especializaram. No caso da enfermagem, os licenciados que trabalham em outras áreas que não a do curso representam 4,9% dos inquiridos.
Taxa de desemprego de 20%
Esse número, somado aos 15% de enfermeiros sem actividade que o estudo revela, faz com que nos deparemos com a taxa de desemprego já esperada de cerca de 20%.
Além disso, os recém-licenciados em enfermagem demoram, agora, cada vez mais a encontrar emprego. O tempo médio de espera situa-se entre os três e os seis meses. Contudo, se em 2009 existiam 13,5% de enfermeiros a esperar entre seis meses a um ano, actualmente são 23,5%.
No entanto, a interpretação dos números exige que tenhamos em conta que, em 2009, a amostra era de 730 jovens enfermeiros, contra os 1379 inquiridos do estudo agora divulgado. Ao todo, estão inscritos 10089 enfermeiros na OE.
Importa referir ainda que entre os 80% empregados, 72,4% estão a exercer no sistema de saúde português e 7,7% no estrangeiro. Para quem saiu e para quem quer sair, os destinos mais procurados têm sido países francófonos (França e Suíça) e anglo-saxónicos (Inglaterra e Irlanda).