Contratos anuais estão "disfarçados" de temporários acusam professores em protesto

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Os professores pernoitaram à frente do Ministério da Educação Rui Soares

Esta manhã, no mesmo local afirmaram que “os contratos anuais de professores estão disfarçados de contratos temporários” e reafirmaram que se sentem lesados na segunda bolsa de recrutamento de professores contratados por não se terem candidatado a horários temporários, mas sim anuais.

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Esta manhã, no mesmo local afirmaram que “os contratos anuais de professores estão disfarçados de contratos temporários” e reafirmaram que se sentem lesados na segunda bolsa de recrutamento de professores contratados por não se terem candidatado a horários temporários, mas sim anuais.

Vários directores de escolas têm insistido que muitas vagas que apareceram como temporárias, na plataforma informática que gere as colocações, destinam-se de facto a preencher necessidades anuais.

“Estávamos à espera que houvesse no mínimo um reconhecimento e uma vontade de corrigir os erros que existiram ao nível dos concursos de professores”, disse Miguel Reis, professor de Filosofia há dois anos sobre a reunião de ontem com o secretário de Estado da Educação, João Casanova de Almeida.

Miguel Reis disse ainda que o secretário de Estado mostrou “uma grande insensibilidade” relativamente à questão das indemnizações dos professores por despedimento e que se recusou a falar sobre “os critérios arbitrários das ofertas de escola em que predomina a cunha e o compadrio na contratação” e sobre “os professores que estão há vários anos em situação de precariedade e que exigem a vinculação e a entrada nos quadros”.

Sobre as afirmações do ministro da Educação, Nuno Crato, ontem no Parlamento de que apenas 0,1% dos professores tinham apresentado recurso das colocações da segunda bolsa de recrutamento, Miguel Reis afirmou que isso “é uma mentira, é um dado falacioso” e explica que os professores não têm instrumentos para provar que esses horários são anuais e não temporários e assim apresentar uma reclamação.

“Muitos dos horários temporários são falsos temporários, mas não há maneira de nenhum professor individualmente poder fazer uma reclamação porque a única garantia que tem será um telefonema da escola que lhe diz que esse horário era anual, mas aparece na aplicação electrónica como temporário”, afirma Miguel Reis.

Amanhã o grupo de professores vai participar na manifestação organizada pela CGTP marcada para as 15 horas no Saldanha e já solicitou uma reunião com Crato para a próxima semana, pois afirmam que a reunião de ontem com o secretário de estado “foi lamentável a todos os níveis”.

Até agora o ministro tem delegado no secretário de Estado as explicações sobre as colocações de professores.