Os Bem-Amados
“Nunca se deve voltar ao sítio onde se foi feliz”, reza o ditado, e Christophe Honoré devia ter ouvido quem lhe deu esse conselho. “Os Bem-Amados” é o seu regresso ao musical assumido, e substitui a insolência e a sofreguidão de “As Canções do Amor” por um maneirismo moroso e oco, que esbarra num problema de tom gravíssimo: se era para fazer uma saga familiar, as canções introduzem uma ligeireza desajustada da seriedade da narrativa; se era para fazer uma comédia musical, a narrativa tinha de ser trabalhada de modo menos disperso. O resultado é violentamente desequilibrado, acabando numa salada russa que Honoré nunca tempera a contento. E não há actores (apesar de uma Catherine Deneuve tocantemente normal e de um Milos Forman surpreendente) que safem um filme tão descosido e distante. Temos pena, espera-se melhor da próxima.
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“Nunca se deve voltar ao sítio onde se foi feliz”, reza o ditado, e Christophe Honoré devia ter ouvido quem lhe deu esse conselho. “Os Bem-Amados” é o seu regresso ao musical assumido, e substitui a insolência e a sofreguidão de “As Canções do Amor” por um maneirismo moroso e oco, que esbarra num problema de tom gravíssimo: se era para fazer uma saga familiar, as canções introduzem uma ligeireza desajustada da seriedade da narrativa; se era para fazer uma comédia musical, a narrativa tinha de ser trabalhada de modo menos disperso. O resultado é violentamente desequilibrado, acabando numa salada russa que Honoré nunca tempera a contento. E não há actores (apesar de uma Catherine Deneuve tocantemente normal e de um Milos Forman surpreendente) que safem um filme tão descosido e distante. Temos pena, espera-se melhor da próxima.