Joana Sá: para lá do espelho
O Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa, faz hoje a primeira grande apresentação ao vivo de um dos mais fascinantes discos lançados este ano. Numa fábula moderna que balança com rara habilidade o mundo de sonho e fantasia de Lewis Caroll, e da sua personagem Alice, com os universos da música erudita contemporânea e da improvisação, o novo projecto de Joana Sá afirma-a como uma das mais vibrantes e talentosas criadoras nacionais. Inspirada pelas histórias de Alice e tomando como matéria o reinado do absurdo e do implausível, onde "os opostos se tornam a referência e o tempo perde as suas leis", Sá construiu uma narrativa conceptual onde se cruzam elementos musicais, teatrais, de performance e mesmo escultura. No disco/filme lançado este ano - uma produção que conta com a valiosa colaboração de Daniel Neves e Pedro Diniz Reis -, descobrimos uma linguagem profundamente madura, criativa e rigorosa, onde a componente improvisada é projectada com uma orgânica próxima do jazz, o que se torna determinante ao eliminar quaisquer traços de artificialidade. Ao piano preparado de Sá, juntam-se electrónicas várias, manipulação de objectos amplificados e tudo o mais que a autora necessitar para nos atrair ao seu notável mundo artístico - do outro lado do espelho.
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O Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa, faz hoje a primeira grande apresentação ao vivo de um dos mais fascinantes discos lançados este ano. Numa fábula moderna que balança com rara habilidade o mundo de sonho e fantasia de Lewis Caroll, e da sua personagem Alice, com os universos da música erudita contemporânea e da improvisação, o novo projecto de Joana Sá afirma-a como uma das mais vibrantes e talentosas criadoras nacionais. Inspirada pelas histórias de Alice e tomando como matéria o reinado do absurdo e do implausível, onde "os opostos se tornam a referência e o tempo perde as suas leis", Sá construiu uma narrativa conceptual onde se cruzam elementos musicais, teatrais, de performance e mesmo escultura. No disco/filme lançado este ano - uma produção que conta com a valiosa colaboração de Daniel Neves e Pedro Diniz Reis -, descobrimos uma linguagem profundamente madura, criativa e rigorosa, onde a componente improvisada é projectada com uma orgânica próxima do jazz, o que se torna determinante ao eliminar quaisquer traços de artificialidade. Ao piano preparado de Sá, juntam-se electrónicas várias, manipulação de objectos amplificados e tudo o mais que a autora necessitar para nos atrair ao seu notável mundo artístico - do outro lado do espelho.