Passos: uns elogiam o estilo, outros criticam os impostos
Deputados mais jovens dividem-se entre o elogio e a crítica aos primeiros cem dias de Passos Coelho
Com a coligação PSD / CDS a completar cem dias à frente do Governo, os deputados mais jovens da Assembleia da República (AR) levantaram-se dos assentos que têm em S. Bento e fizeram um balanço daquilo que, durante esse período, foi feito por Passos Coelho e companhia.
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Com a coligação PSD / CDS a completar cem dias à frente do Governo, os deputados mais jovens da Assembleia da República (AR) levantaram-se dos assentos que têm em S. Bento e fizeram um balanço daquilo que, durante esse período, foi feito por Passos Coelho e companhia.
Na verdade, foi mesmo em relação ao primeiro-ministro que vieram as avaliações do mais novo do Parlamento, Simão Ribeiro, deputado do PSD: “Há uma clara e notória diferença de estilo. Se antes tínhamos um Governo e um primeiro-ministro aos trambolhões, e um bocado trapaceiro no sentido da confusão, hoje temos um primeiro-ministro que se pauta pelo rigor, pela transparência e que diz a verdade às pessoas sem medo das consequências”.
Quem também nota uma diferença no estilo é Michael Seufert. O deputado do CDS tem a mesma opinião que o parlamentar da coligação e chega também a fazer uma comparação com o anterior Governo: “Passamos de um optimismo sem limites, a que estávamos habituados com o PS, para um realismo em que os nossos governantes nos dizem que os tempos são difíceis, mas a verdade é que também têm exigido muito a si próprios e aos portugueses”.
Nem tudo são flores…ou cravos
Talvez até tenham vindo a exigir demais. Pelo menos na opinião dos outros três deputados mais jovens da AR. O socialista Pedro Delgado Alves diz que “os primeiros cem dias ficaram marcados por mais um aumento de impostos desequilibrado na repartição dos sacrifícios, algo que vai ao arrepio daquilo que tinha sido anunciado em período eleitoral”.
O outro Pedro, neste caso Pedro Filipe Soares, do BE, fala mesmo em cem dias de “injustiça”: “Pedem-se sacrifícios a muitos portugueses, no entanto há outros, muito poucos, mas que são os mais abastados, que não são chamados a pagar”. O bloquista diz que o imposto de 13.º mês é um exemplo disso mesmo.
Contudo, Rita Rato, do PCP, é a mais cáustica: “Este Governo tem desencadeado, nestes cem dias, aquele que é o maior ataque contra os direitos da juventude desde o 25 de Abril. Todos os dias há notícias mais graves para a vida dos jovens e não vemos nada de positivo para o combate à precariedade e falsos recibos verdes, para o acesso à acção social escolar ou para a produção e fruição cultural”, exemplifica.
A diferença de discurso entre quem está na oposição e de quem está no partido do Governo é clara: Simão Ribeiro (PSD) diz que tem notado, “ao longo dos cem dias, os jovens a voltarem a acreditar que os políticos, afinal, têm rumo, propostas e que são sérios”.