Forças sírias bombardeiam cidade estratégica na província de Homs

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Assad justifica repressão dizendo que qualquer Estado faria a mesma coisa Eric Gaillard/Reuters

As tropas dispararam com metralhadoras montadas nos tanques, que se encontram na estrada principal que conduz à Turquia.

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As tropas dispararam com metralhadoras montadas nos tanques, que se encontram na estrada principal que conduz à Turquia.

Um habitante de Rastan disse à Reuters que cerca de 60 tanques e veículos blindados estavam na zona leste. “As redes de comunicação foram cortadas e os disparos são direccionados para as ruas e edifícios”, disse Abu Qassem.

Os activistas têm dado informações sobre uma série de ataques a cidades e aldeias na província de Homs, área que tem sido um dos principais palcos dos protestos que se arrastam há sete meses. No domingo, as tropas leais a Assad mataram 12 pessoas em Qusseir, outra cidade da província, e tomaram as aldeias de Za’faraneh e Deir al-Jin, entre Rastan e Talbiseh. Porém, de acordo com activistas locais, não existem informações sobre vítimas mortais.

Devido ao aumento das manifestações que exigem o fim dos 41 anos de governo da família de Assad, o Presidente enviou tropas e tanques para várias cidades do país. A repressão militar já fez cerca de 2700 mortos, incluindo 100 crianças, segundo as Nações Unidas.

As autoridades sírias afirmam que 700 polícias e membros do Exército foram mortos e responsabilizam os “terroristas” e os “rebeldes” pela violência. Assad acredita que os poderes estrangeiros estão a usar a revolta para criar a divisão na Síria e justifica a repressão afirmando que qualquer Estado faria o mesmo para pôr fim à desordem.

A comunidade internacional está indignada com os métodos de Assad e tanto a União Europeia como os Estados Unidos já impuseram uma série de sanções ao regime sírio, incluindo algumas relacionadas com a venda de petróleo. Os EUA também já apelaram ao Conselho de Segurança da ONU para que estabelecesse sanções.

Erdogan pressiona Assad com abertura de campos de refugiados à imprensa

A Turquia, antes um dos parceiros estratégicos de Assad, voltou a condenar os métodos de repressão do regime sírio. Numa entrevista à CNN, transmitida no domingo, o primeiro-ministro turco, Recep Tayip Erdogan, disse que Assad será deposto “mais cedo ou mais tarde” pelo próprio povo. “É impossível que alguém permaneça no poder através da crueldade. É impossível que se contrarie a vontade do povo”, explicou o primeiro-ministro turco.

Erdogan falou ainda sobre as sanções que Ancara irá impor à Síria. “A mais importante será abrir os acampamentos de refugiados aos órgãos de comunicação: as pessoas poderão contar a verdade ao mundo e a Síria tem medo disso”, disse Erdogan, reiterando a promessa de visitar os acampamentos em Hatay, província turca que faz fronteira com a Síria.

Esta será uma mudança radical na política turca sobre a questão. Desde a chegada dos primeiros refugiados sírios à Turquia, em Maio, que as autoridades têm impedido que a imprensa estabeleça contacto com as famílias que residem nos acampamentos. Guardas vigiam dia e noite as cercas que rodeiam os complexos de tendas para impedir a entrada de qualquer pessoa que não tenha familiares no interior.

Notícia actualizada às 18h11