Mo.ca: Móveis (de cartão) que mais parecem legos

Projecto ecológico de Jorge Sá e Filipa Carretas recorreu ao "crowdfunding" obter financiamento

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O projecto mo.ca nasceu em Julho

Tudo começou em pleno Carnaval de 2011. Como sempre, Filipa Carretas, enóloga de formação, técnica de turismo de vocação, estava num autêntico frenesim para encontrar a fatiota mais original.

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Tudo começou em pleno Carnaval de 2011. Como sempre, Filipa Carretas, enóloga de formação, técnica de turismo de vocação, estava num autêntico frenesim para encontrar a fatiota mais original.

A escolha recaiu sobre os legos. Ela iria de boneco e Jorge Sá, o namorado arquitecto, crânio em geometria descritiva, seria uma peça. A matéria-prima? Dezoito placas de cartão canelado, desperdícios de uma fábrica.

Os disfarces foram um sucesso, não só esteticamente ("demorámos quatro horas a descer da Praça do Marquês à Baixa porque toda a gente queria tirar uma fotografia com os legos"), mas também funcionalmente ("por duas vezes entornaram-me líquidos sobre o fato, choveu naquela noite e o fato ainda está intacto"). 

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Uma fatiota carnavalesca de lego foi o rastilho do mo.ca

Financiamento colaborativo 

A aplicação da mesma técnica para a produção de mobiliário foi um passo natural. Afinal, tinham aberto uma "caixa de Pandora", explica Jorge. Decidiram fazer uma mesa de apoio para a casa onde vivem.

Mais uma vez, a inspiração veio dos legos. Queriam algo prático, versátil e de fácil arrumação, por isso fabricaram várias peças modulares que pudessem ser encaixadas umas nas outras. Dependendo das necessidades, tanto podiam obter vários bancos como pequenas mesas.

Depois de cálculos rigorosos e muitos, muitos testes, conseguiram chegar a um módulo de cartão que é simultaneamente resistente e leve. "Nós sempre gostamos de jogar, de brincar e de criar", diz Filipa, justificando o carácter lúdico e artesanal do mo.ca. Um puzzle composto por oito peças demora cerca de 30 horas para ser construído.

Preocupação ambiental  

Uma outra tónica é a preocupação ambiental: "Uma das nossas máximas é não comprar papel ou cartão", garante Filipa, que costuma decorar as gavetas dos móveis com 'flyers' "que não voam". "Nós vamos recolher o que está pronto para ir para o lixo", afiança Jorge.

  

Em Julho, registaram o mo.ca no Massivemov, plataforma portuguesa de financiamento colaborativo. Vinte e oito pessoas apoiaram o projecto; em troca, dependendo do valor concedido, receberam descontos, alfinetes, uma mesinha de cabeceira ou até mesmo um puzzle completo. 

  

Agora os pedidos de orçamentos multiplicam-se. Uma mesa de reuniões e um relógio para uma acção de marketing de guerrilha foram os últimos. Em comum? O cartão. Sempre.