À boleia do "desenrasca" todas as viagens são possíveis
Fazem da viagem um estilo de vida. E o dinheiro não é um problema: utilizam “low cost” e ficam em casa de amigos
São os dois segredos mais mal guardados da história para quem quer viajar muito e gastar pouco: utilizar companhias "low cost" e ficar alojado em casa de amigos. Quem o diz é Cláudia Pais, jovem de 26 anos, com um vício assumido: viajar.
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São os dois segredos mais mal guardados da história para quem quer viajar muito e gastar pouco: utilizar companhias "low cost" e ficar alojado em casa de amigos. Quem o diz é Cláudia Pais, jovem de 26 anos, com um vício assumido: viajar.
É uma vida de nomadismo, apreciada por esta geração, que traz vantagens competitivas do ponto de vista laboral e de experiência social: "O que é mais valorizado é a questão de experiência e de abertura ao mundo", explica o sociólogo Victor Ferreira. Eles poupam para viajar - e sabem que ao aspecto lúdico se juntam outros factores.
Cláudia Pais revê-se no retrato: "Recordo-me dos tempos de faculdade, em que poupava religiosamente todas as mesadas para viajar", lembra. A ausência de vícios – "copos, tabaco, roupa e revistas" – é uma ajuda. O que não gasta num lado, investe no outro.
Os amigos que foram estudar ou trabalhar para fora ou que estão a fazer Erasmus (Cláudia Pais também o fez e passou um Verão inteiro a trabalhar numa tabacaria para juntar dinheiro) ditam muitas vezes a escolha dos destinos. Onde os amigos estão, a jovem de Coimbra vai.
Próximo destino: Budapeste
Assim conheceu Paris, Londres, Siena, Pisa, Barcelona, Madrid, Utreque, Amesterdão e Roterdão. E assim vai conhecer, em breve, Budapeste, "porque um casal amigo foi para lá trabalhar recentemente". A "oportunidade do momento e o bolso" acabam, assim, por ditar a escolha dos destinos.
A vontade de viajar vem-lhe da personalidade ("Sou curiosa por tudo o que me rodeia") e da aversão à rotina: "Somos velhas inimigas", brinca. E viajar "à desenrasca" até tem as suas vantagens: “Conhecer mais pessoas” e apreciar tudo como uma "oportunidade única" (o amigo que está num determinado país naquele mês, pode não estar no seguinte). "Este tipo de viagens faz-me sempre sentir uma verdadeira viajante mesmo sem andar com a típica mochila às costas”, resume.
Viajar é possível, mesmo para quem não esbanja dinheiro. Além da escolha de companhias "low cost" (com viagens compradas com antecedência) e do alojamento em casa de amigos, há outras regras a seguir: “Viajo sempre sem seguro de viagem, levo sempre bagagem de mão, programo a visita aos pontos interesse turístico com antecedência e, claro, uso e abuso do cartão de estudante para usufruir de descontos”, explica Cláudia Pais.
Depois da viagem, as fotos no Facebook
Numa semana de férias gasta, em média, 450 euros – viagens incluídas – e poupa na alimentação fazendo sandes em casa para comer ao almoço. O plano b é o McDonald’s – usa o Big Mac como indicador do custo de vida do país – e há sempre um dia que reserva para a "loucura" de ir jantar a um bom restaurante.
No final das viagens – quando o pensamento começa logo a migrar para a seguinte –, há sempre as fotografias. O Facebook veio facilitar-lhe a vida na obrigação a que se impõe de "partilhar" sempre com os amigos, mas já o fazia antes, via e-mail.
Em Coimbra, a jovem licenciada em Jornalismo esforça-se por promover esta forma moderna de viajar. Já recebeu uma amiga da Califórnia, uma amiga francesa, uma alemã e dois amigos espanhóis: "Esforço-me por mostrar o que a minha cidade tem de melhor e peço à minha mãe para fazer pratos típicos", conta.