Cerca de 110 mil portugueses sofrem de Alzheimer
Na véspera do Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer, que se assinala na quarta-feira, António Proença disse à Lusa que “tem havido reuniões com grupos parlamentares e já existe um comprometimento político para se avançar com a criação deste plano, à semelhança do que já acontece em Espanha e noutros países europeus”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Na véspera do Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer, que se assinala na quarta-feira, António Proença disse à Lusa que “tem havido reuniões com grupos parlamentares e já existe um comprometimento político para se avançar com a criação deste plano, à semelhança do que já acontece em Espanha e noutros países europeus”.
Um dos grandes objectivos é que o Alzheimer seja considerado doença crónica, no sentido de se obterem “os apoios dignos para dar qualidade de vida às pessoas com uma doença que é terminal”.
“Existe já um documento escrito, mas até à data nada foi feito”, lamentou António Proença, referindo que está também em causa o apoio às famílias e a necessidade de criar locais de qualidade onde se possa institucionalizar o doente.
Actualmente, segundo o mesmo responsável, as instituições capazes de acolher doentes com Alzheimer são “escassas ou praticamente nenhumas”.
“Alzheimer: Os desafios da doença” é o tema que António Proença irá abordar na quarta-feira no IV Congresso Nacional Envelhecimento Cerebral e Doença de Alzheimer, que decorrerá no Auditório do Ateneu Comercial do Porto.
O programa inclui também a análise da “Estimulação multissensorial e motora na demência”, “Doença de Alzheimer: Cuidar e acompanhar os doentes e família” e “Relação entre depressão e demência de Alzheimer”, entre outros.
A doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras).
Esta deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas actividades de vida diária.
Os sintomas iniciais desta doença incluem perda de memória, desorientação espacial e temporal, confusão e problemas de raciocínio e pensamento. Estes sintomas agravam-se à medida que as células cerebrais vão morrendo e a comunicação entre estas fica alterada.
A idade continua a constituir o maior fator de risco para o Alzheimer, muito embora não seja causadora da doença.
A Alzheimer Europe calcula o número de cidadãos europeus com demência em 7,3 milhões.
Face ao envelhecimento da população nos estados-membros da União Europeia os especialistas prevêem uma duplicação destes valores em 2040 na Europa Ocidental, podendo atingir o triplo na Europa de Leste. Todos os anos, 1,4 milhões de cidadãos europeus desenvolvem demência, o que significa que a cada 24 segundos, um novo caso é diagnosticado.