Militares americanos já podem sair do armário
Revogada lei “Don’t ask, don’t tell”, que permitia aos homossexuais ingressar no Exército desde que não revelassem orientação sexual
A regra "don’t ask, don’t tell", que significa que os homossexuais podiam ingressar no Exército americano desde que não revelassem abertamente a sua orientação sexual e desde que os comandantes não fizessem perguntas sobre isso, foi oficialmente revogada, após ter estado em vigor durante quase duas décadas.
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A regra "don’t ask, don’t tell", que significa que os homossexuais podiam ingressar no Exército americano desde que não revelassem abertamente a sua orientação sexual e desde que os comandantes não fizessem perguntas sobre isso, foi oficialmente revogada, após ter estado em vigor durante quase duas décadas.
Esta política teve início ainda durante a era Clinton, em 1993, e constituía uma forma de discriminação contra os homossexuais, que tinham forçosamente de permanecer “no armário” se queriam fazer parte das forças armadas americanas. Ainda assim foi um grande avanço de um anterior regime em que os homossexuais não eram, pura e simplesmente, admitidos no Exército.
O fim do "don’t ask, don’t tell" significa que os militares podem agora revelar a sua homossexualidade sem terem medo de ser investigados ou expulsos.
Celebrar direitos dos homossexuais
Um pouco por todo o país já se celebraram festas em comemoração desta revogação, um marco na história dos direitos dos homossexuais. O Congresso americano tinha já votado no ano passado a revogação da lei, mas só agora ela entra em vigor.
O assessor do Pentágono, George Little, disse ontem aos jornalistas que o Departamento de Defesa está pronto para a revogação e que 97% do pessoal do Exército recebeu já formação sobre a nova lei.
As forças armadas começaram a aceitar candidaturas de recrutas abertamente homossexuais há já algumas semanas e irão agora começar a analisá-las uma vez que a lei entra em vigor.
Algumas investigações em curso e procedimentos administrativos contra militares homossexuais foram entretanto abandonados. E todos aqueles que tinham sido expulsos das forças armadas ao abrigo da anterior lei poderão agora ser reincorporados.
Estima-se que cerca de 13 mil homossexuais foram expulsos das forças armadas americanas desde 1993 por revelarem a sua orientação sexual. Porém, normas como a proibição de demonstrações públicas de afecto continuarão a ser aplicadas.
"A nossa nação irá finalmente fechar a porta a esta injustiça fundamental para os "gays" e lésbicas e afirmar a igualdade para todos os americanos", indicou Nancy Pelosi, democrata californiana e uma defensora desta revogação.
Pelo contrário, algumas facções do Congresso permanecem contra esta revogação, afirmando que ela poderá comprometer a eficiência e a disciplina nas forças armadas.