Os Olhos de Júlia
“Os Olhos de Júlia” é aquela coisa rara, um filme de suspense que quase podia ser um drama sério, ou não falasse de amor e da necessidade de amor que todos sentimos e de que todos precisamos - e a Júlia da excelente Belén Rueda não é mais do que uma mulher com medo que procura um pouco de carinho e conforto pelo meio de um pesadelo. No papel, é uma tentativa de aproveitar o êxito global do novo fantástico espanhol, com Guillermo del Toro a “apadrinhar” uma ficção de medo adulta e sólida à volta de uma mulher traumatizada em cujas visões e experiências ninguém acredita. Aqui, essa mulher é Julia, astrónoma diagnosticada com uma doença degenerativa incurável que a vai tornar cega, e que desconfia que o suicídio da irmã não foi natural.
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“Os Olhos de Júlia” é aquela coisa rara, um filme de suspense que quase podia ser um drama sério, ou não falasse de amor e da necessidade de amor que todos sentimos e de que todos precisamos - e a Júlia da excelente Belén Rueda não é mais do que uma mulher com medo que procura um pouco de carinho e conforto pelo meio de um pesadelo. No papel, é uma tentativa de aproveitar o êxito global do novo fantástico espanhol, com Guillermo del Toro a “apadrinhar” uma ficção de medo adulta e sólida à volta de uma mulher traumatizada em cujas visões e experiências ninguém acredita. Aqui, essa mulher é Julia, astrónoma diagnosticada com uma doença degenerativa incurável que a vai tornar cega, e que desconfia que o suicídio da irmã não foi natural.
A narrativa encarregar-se-á de lhe dar razão, com Julia apanhada numa espiral alucinante de crime que o catalão Guillem Morales encena como se estivéssemos num “giallo” italiano que tivesse sido esvaziado de toda a cor e de todo o excesso. “Os Olhos de Júlia” é a prova de que não são os sustos que fazem um filme, mas as pessoas que lá estão dentro - e aqui não há arquétipos nem bonecos.