Hospital de Almada cobra taxas moderadoras a doentes por reuniões entre médicos

Foto
O hospital cobra 4,70 euros por estas consultas Fábio Teixeira

A Antena Um denunciou hoje que há doentes que estão a ser obrigados pelo hospital a pagar taxas moderadoras por supostas consultas que estes não pediram nem presenciaram.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Antena Um denunciou hoje que há doentes que estão a ser obrigados pelo hospital a pagar taxas moderadoras por supostas consultas que estes não pediram nem presenciaram.

A assessoria de imprensa explica que, semanalmente, médicos especialistas se deslocam aos centros de saúde para esclarecer dúvidas e avaliar a situação de alguns doentes com os médicos de família e que estas reuniões são consideradas consultas não presenciais ao abrigo da portaria 139/2009 de 30 de Janeiro, uma vez que se trata de “um acto de assistência médica que resulta no aconselhamento, prescrição ou encaminhamento para outro serviço”.

Como a reunião obriga a registo no processo clínico gera automaticamente uma nota de débito que é enviada para casa do doente. O valor é de 4,60 euros, a taxa moderadora que é cobrada por uma consulta no hospital. Por mês, o Hospital Garcia de Orta faz entre 30 a 40 reuniões deste tipo.

Destacando as virtualidades desta “política de proximidade”, a assessoria de imprensa nota que o processo de discussão clínica da situação dos doentes entre médicos especialistas e de família tem contribuido para tornar mais rápido o atendimento dos doentes no hospital e evitar que estes "andem num pingue-pongue que só os prejudica".

Quem não tem dúvidas em discordar desta prática é António Arnaut, o criador do Serviço Nacional de Saúde. “Cobrar uma taxa moderadora por uma reunião [para discussão clínica de casos] entre médicos de família e especialistas é perfeitamente absurdo”, defende Arnaut.

Notícia corrigida às 15h, de 16-09-2011. Onde se lia 4,70 deve ler-se 4,60