Com a magia de James e a força de Hulk
O Shakhtar, que jogou muito tempo com dez e acabou com nove, foi melhor durante os primeiros 20 minutos. E merecia o golo que, aos 12’, lhe foi oferecido por Helton. O guarda-redes portista parecia ter manteiga nas mãos quando largou uma bola aparentemente fácil. A verdade é que o FC Porto denotou, durante aquele período, dificuldades inesperadas em impor o seu jogo, lidando mal com o 4x2x3x1 da equipa ucraniana.
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O Shakhtar, que jogou muito tempo com dez e acabou com nove, foi melhor durante os primeiros 20 minutos. E merecia o golo que, aos 12’, lhe foi oferecido por Helton. O guarda-redes portista parecia ter manteiga nas mãos quando largou uma bola aparentemente fácil. A verdade é que o FC Porto denotou, durante aquele período, dificuldades inesperadas em impor o seu jogo, lidando mal com o 4x2x3x1 da equipa ucraniana.
Claro que a história desta fase do jogo teria sido diferente se o penálti marcado por Hulk, dois minutos antes do “frango” de Helton, não tivesse esbarrado no poste. Aliás, cinco minutos antes, o brasileiro já tinha feito a bola embater na trave com um dos muitos remates que ensaiou durante todo o jogo.
Mas nem isso invalida que o Shakhtar se tivesse mostrado então como a equipa mais confortável em campo. Com uma defesa muito subida, inclinava o campo e criava perigo à custa das transições protagonizadas por brasileiros de qualidade e muito rápidos. Percebia-se que era uma questão de tempo até marcar, feito que esteve perto de repetir aos 25’, de livre, mas o desvio de Rakitskiy saiu ao lado.
Corria mal o jogo ao FC Porto quando o árbitro assinalou uma falta a 35 metros da baliza do Shakhtar. Demasiado longe até para Hulk terão pensado quase todos os mais de 36 mil espectadores. Mas a bola saiu com excesso de velocidade e aos zigue-zagues, venceu a oposição das luvas do guarda-redes e só foi travada pelas redes da baliza. O “torpedo” indefensável teve o condão de permitir ao FC Porto recuperar o seu estilo. O impacto foi imediato. Os portistas recuperaram a ordem, melhoraram a precisão e as oportunidades começaram a surgir. Ficou ainda a dúvida se Hulk não foi travado ilegalmente na área aos 31’.
Do outro lado continuou, porém, a existir uma equipa que nunca desistiu de mostrar ideias e qualidade. Só que uma entrada dura de Rakitiskiy sobre João Moutinho custou a expulsão ao ucraniano — faltavam cinco minutos para o intervalo e ia começar um outro jogo, de 11 contra dez. E o FC Porto explorou bem a vantagem numérica. Aproveitando a ausência de Eduardo (substituído para entrar o central que faltava), James Rodríguez deu um recital na esquerda e, depois de trocar os olhos ao último adversário, ofereceu a bola a Kléber, que só teve de empurrar, antes de correr para os braços do treinador Vítor Pereira.
O técnico portista não demorou a tirar Fernando e a meter Belluschi. Para além de ter remendado a injustiça que foi ter tirado o argentino da equipa titular, voltou a experimentar o triângulo invertido em que Moutinho e Defour funcionam como duplo pivot ofensivo. Tal como frente ao Setúbal, repetiram-se algumas jogadas de encher o olho, mas o FC Porto não conseguiu marcar mais golos, o que pode vir a ser importante lá mais para a frente.
O Schakhtar podia ter empatado aos 53’, mas Helton anulou o remate de Fernandinho. E teve de jogar os últimos dez minutos com apenas nove, porque o outro central (Chygrynskiy) também foi expulso.
POSITIVOJames RodríguezOfereceu uma dessas noites em que nada parecia detê-lo. Estava possuído. Quase não teve férias, mas atravessa um momento fulgurante e foi o melhor em campo, apesar do golaço de Hulk. Sofreu o penálti, ofereceu o golo da vitória a Kléber e ainda rematou à trave.
Hulk
Bastaria o pontapé-canhão que resultou no golo do empate para justificar o destaque. Mas Hulk tem tanta potência, velocidade e controlo que provoca o pânico em cada aparição. Por vezes, parece um jogador de futebol americano, torturando sem piedade os adversários.
NEGATIVORakitskiy
O defesa central ucraniano estava a jogar bem (quase marcara de livre) quando, sem necessidade e num lance a meio-campo, controlou mal a agressividade. A entrada sobre João Moutinho valeu-lhe a expulsão, o que condicionou em demasia o Shakhtar.
Maicon
Helton deu um “frango”, mas quem mais tremeu na defesa portista voltou a ser o central brasileiro. Notou-se a ausência de Rolando e começa a ser tempo de o francês Mangala ter uma oportunidade.
Ficha de Jogo
FC Porto, 2
Shakhtar Donetsk, 1
Jogo no Estádio do Dragão, no Porto.Assistência 36.612 espectadores.
Helton, Fucile, Otamendi, Maicon, Álvaro Pereira, Fernando (Belluschi, 61’), Defour, João Moutinho, James Rodriguez, Hulk (Varela, 77’) e Kléber (Djalma, 69’). Treinador Vítor Pereira.
Shakhtar DonetskOlexandr Rybka, Darijo Srna, Yaroslav Rakitskiy, Dmytro Chygrynskiy, Razvan Rat, Henrik Mkhitaryan, Fernandinho, Willian (Tomas Hubschman, 81’), Eduardo (Olexandr Kucher, 42’), Jadson (Alex Teixeira, 64’) e Luiz Adriano. Treinador Mircea Lucescu.
ÁrbitroFelix Brych, da Alemanha.
AmarelosLuiz Adriano (27’), Dmytro Chygrynskiy (31’ e 80’), Darijo Srna (34’) e Álvaro Pereira (34’).
Vermelho directoYaroslav Rakitskiy (40’).
VermelhoDmytro Chygrynskiy (80’).
Golos0-1, por Luiz Adriano, aos 12’; 1-1, por Hulk, aos 28’; 2-1, por Kléber, aos 51’.
Notícia actualizada às 23h