PJ Harvey vence Mercury Prize e faz história

Foto
PJ Harvey venceu pela segunda vez o prémio mais cobiçado da música britânica Reuters

Se em 2001 PJ Harvey não pôde estar presente na cerimónia de entrega do prémio, por ter ficado retida em Washington depois dos ataques do 11 de Setembro, este ano a cantora não só recebeu a estatueta em mãos como ainda actuou, à semelhança de todos os nomeados ao prémio, excepto Adele que está doente.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Se em 2001 PJ Harvey não pôde estar presente na cerimónia de entrega do prémio, por ter ficado retida em Washington depois dos ataques do 11 de Setembro, este ano a cantora não só recebeu a estatueta em mãos como ainda actuou, à semelhança de todos os nomeados ao prémio, excepto Adele que está doente.

“É muito bom estar aqui, já que há dez anos a 11 de Setembro eu estava em Washington a ver o Pentágono a arder através da televisão do hotel”, contou a cantora, lembrando o episódio que a impediu de viajar para Londres para estar presente na cerimónia. Agora, em 2011, Polly Jean é escolhida pelo álbum “Let England Shake”, sobre os horrores da guerra, um disco influenciado até pelos ataques do 11 de Setembro – PJ Harvey chegou a falar com alguns soldados no Afeganistão e no Iraque – como a própria cantora evidenciou.

“Estou muito contente por ser reconhecida, especialmente com este álbum”, disse a cantora, explicando que procurou fazer de “Let England Shake” algo duradouro e com significado, não apenas para si, como também para as outras pessoas. “Isto faz-me muito feliz e dá-me vontade de continuar com o meu trabalho como sempre fiz, com muito cuidado e seriedade.”

O júri elogiou a coerência artística de PJ Harvey, que recentemente passou por Portugal para apresentar o novo álbum com dois concertos esgotados. Para Simon Frith, presidente do júri, “Let England Shake” é “um exemplo de concepção completa de um artista num álbum”. “Todas as músicas estão relacionadas entre si e não há nada que possas imaginar a mudar.”

Para trás ficou a campeã de vendas Adele, com o disco “21”, que o The Guardian já tinha apontado também como uma das favoritas. Apesar de ter apenas dois álbuns no currículo, a cantora tem estado em destaque em vários prémios, tendo sido a primeira artista a receber o prémio Critics’ Choice nos Brit Awards e arrecadado dois Grammy em 2009 nas categorias de “Artista Revelação” e “Melhor Vocalista Pop Feminino”.

Os Elbow, que venceram o Mercury Prize em 2008, o cantor e produtor Ghostpoet, o rapper Tinie Tempah, James Blake, que passou este ano pelo festival Optimus Alive, Anna Calvi, que regressa a Portugal este mês, os Everything Everything, o pianista e compositor Gwilym Simcock, os Metronomy, que em Agosto subiram ao palco do Festival Paredes de Coura, Katy B e King Creosote & John Hopkins eram os outros nomeados.

Criado em 1992 pela British Phonographic Industry, o Mercury Prize é o prémio mais cobiçado da indústria musical britânica, distinguindo todos os anos o melhor álbum, tendo em conta a criatividade e qualidade dos artistas, e não o número de vendas. O júri é composto por críticos, jornalistas e especialistas na área.

No ano passado, o Mercury Prize, no valor de 20 mil libras (cerca de 23 mil euros) foi atribuído aos The XX, com o disco de estreia “XX”.