Portugal com pouco espaço para a "prata da casa"

Apenas 8,25% dos futebolistas das 16 equipas da I Liga foram formados no clube que actualmente representam

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Nélson Oliveira é um dos jogadores formados no Benfica Reuters

Os escalões de formação dos clubes portugueses contribuem pouco para os plantéis das respectivas equipas principais. Segundo uma análise feita pelo PÚBLICO, apenas 8,25% dos futebolistas das 16 equipas da I Liga foram formados no clube que actualmente representam.

Esta conclusão está em linha com o mais recente estudo europeu, feito pelo Observatório de Futebolistas Profissionais, apresentado em Janeiro passado, segundo o qual Portugal era o país da Europa em que os jogadores formados no clube tinham menos peso - 6,4% em 2010-11, ligeiramente menos do que o valor apurado pelo PÚBLICO para a época 2011-12.

Contando ainda com Yannick Djaló (cuja mudança para o Nice ainda não foi oficializada), o Sporting é que mais recorre a futebolistas formados no próprio clube (seis), seguido de Benfica e Marítimo, ambos com quatro. No pólo oposto, estão FC Porto, Nacional e Vitória de Setúbal, que nos plantéis principais não incluem qualquer jogador proveniente dos seus escalões de formação.

Considera-se que um jogador é formado no próprio clube quando, entre os 15 e os 21 anos, esteve pelo menos três temporadas inscrito por esse clube. Este conceito, aliás, já faz parte dos regulamentos da UEFA, que nas provas europeias obriga os clubes a inscreverem oito jogadores formados no país (em qualquer equipa desse país), sendo que pelo menos quatro dos quais têm de ser formados no clube.

Capdevila e não só de fora

Nas competições europeias, dos 25 futebolistas inscritos como seniores só 17 estão livres destas imposições: as restantes vagas são para jogadores formados no clube (entre quatro e oito) e no país (entre um e quatro). Se não preencherem as oito vagas de futebolistas formados localmente, os clubes ficam limitados no número de inscrições.

É o que acontecerá com o FC Porto, que só poderá inscrever 21 jogadores seniores na Liga dos Campeões, porque não tem qualquer elemento formado no clube. Assim, inscreverá quatro jogadores formados no país (Rolando, Moutinho, Varela e Djalma) e sobram 20 jogadores para apenas 17 vagas. Entre Walter, Iturbe, Cristian Rodríguez, Mangala e Alex Sandro, quatro deles ficarão de fora.

No Benfica, que também tem algum excedentes neste capítulo, Jorge Jesus já adiantou que Capdevila ficará novamente de fora, porque o clube da Luz tem 18 "estrangeiros" para as 17 vagas possíveis. No Sporting, Domingos Paciência já afirmou publicamente que na sua carreira nunca foi tão fácil elaborar uma lista para a UEFA, mas mesmo assim os "leões" têm 19 jogadores para as 17 vagas de não formados localmente, embora as lesões de Luís Aguiar e a juventude de Arias facilitem a selecção do treinador.

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Os escalões de formação dos clubes portugueses contribuem pouco para os plantéis das respectivas equipas principais. Segundo uma análise feita pelo PÚBLICO, apenas 8,25% dos futebolistas das 16 equipas da I Liga foram formados no clube que actualmente representam.

Esta conclusão está em linha com o mais recente estudo europeu, feito pelo Observatório de Futebolistas Profissionais, apresentado em Janeiro passado, segundo o qual Portugal era o país da Europa em que os jogadores formados no clube tinham menos peso - 6,4% em 2010-11, ligeiramente menos do que o valor apurado pelo PÚBLICO para a época 2011-12.

Contando ainda com Yannick Djaló (cuja mudança para o Nice ainda não foi oficializada), o Sporting é que mais recorre a futebolistas formados no próprio clube (seis), seguido de Benfica e Marítimo, ambos com quatro. No pólo oposto, estão FC Porto, Nacional e Vitória de Setúbal, que nos plantéis principais não incluem qualquer jogador proveniente dos seus escalões de formação.

Considera-se que um jogador é formado no próprio clube quando, entre os 15 e os 21 anos, esteve pelo menos três temporadas inscrito por esse clube. Este conceito, aliás, já faz parte dos regulamentos da UEFA, que nas provas europeias obriga os clubes a inscreverem oito jogadores formados no país (em qualquer equipa desse país), sendo que pelo menos quatro dos quais têm de ser formados no clube.

Capdevila e não só de fora

Nas competições europeias, dos 25 futebolistas inscritos como seniores só 17 estão livres destas imposições: as restantes vagas são para jogadores formados no clube (entre quatro e oito) e no país (entre um e quatro). Se não preencherem as oito vagas de futebolistas formados localmente, os clubes ficam limitados no número de inscrições.

É o que acontecerá com o FC Porto, que só poderá inscrever 21 jogadores seniores na Liga dos Campeões, porque não tem qualquer elemento formado no clube. Assim, inscreverá quatro jogadores formados no país (Rolando, Moutinho, Varela e Djalma) e sobram 20 jogadores para apenas 17 vagas. Entre Walter, Iturbe, Cristian Rodríguez, Mangala e Alex Sandro, quatro deles ficarão de fora.

No Benfica, que também tem algum excedentes neste capítulo, Jorge Jesus já adiantou que Capdevila ficará novamente de fora, porque o clube da Luz tem 18 "estrangeiros" para as 17 vagas possíveis. No Sporting, Domingos Paciência já afirmou publicamente que na sua carreira nunca foi tão fácil elaborar uma lista para a UEFA, mas mesmo assim os "leões" têm 19 jogadores para as 17 vagas de não formados localmente, embora as lesões de Luís Aguiar e a juventude de Arias facilitem a selecção do treinador.

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