Jacques Chirac não assistirá ao seu julgamento por razões de saúde

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A sala está preparada, mas não é certo que haja julgamento Benoit Tessier/Reuters

O antigo chefe de Estado é acusado num processo de empregos fictícios, por ter contratado para o município de Paris colaboradores com a exclusiva missão de prepararem a sua eleição para a chefia do Estado,

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O antigo chefe de Estado é acusado num processo de empregos fictícios, por ter contratado para o município de Paris colaboradores com a exclusiva missão de prepararem a sua eleição para a chefia do Estado,

Numa carta entregue sexta-feira ao tribunal, a que junta o seu dossier clínico, Chirac, 78 anos, Presidente da República entre 1995 e 2007, invoca razões médicas e manifesta o “desejo de ver o processo chegar ao fim e a sua vontade de assumir responsabilidades, ainda que já não tenha capacidade para participar nas audiências”.

O relatório médico citado pela diário "Le Monde", assinado pelo chefe de serviço de neurologia do hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris, indica que o ex-Presidente está num estado de vulnerabilidade que não lhe permite responder a questões sobre o seu passado.

A primeira presença de Chirac no processo estava prevista para a próxima terça-feira. O tribunal, refere a AFP, pode aceitar que Chirac seja representado pelos advogados ou decidir adiar novamente o julgamento que esteve para começar em Março deste ano mas foi adiado por razões processuais.

Sobre Chirac recai a acusação de, no início dos anos 1990, ter contratado para o município de Paris, a que presidiu entre 1977 e 1995, colaboradores com a exclusiva missão de trabalharem para o partido que liderava, o RPR, antecessor do actual UMP, de Nicolas Sarkozy, e prepararem a sua eleição para a chefia do Estado.