IndieLisboa e FNAC criam fundo de apoio ao cinema
Este apoio poderá aumentar nos próximos anos. "A nossa estratégia é a de encontrar novos parceiros que estejam disponíveis para apoiar este fundo financeiramente ou com outros meios", diz ao PÚBLICO Miguel Valverde, director do IndieLisboa, explicando, por exemplo, que se para um realizador acabar um projecto faltar apenas a pós-produção de áudio ou vídeo e existir uma empresa que disponibilize esse serviço gratuitamente, isso pode ser visto como um apoio do fundo.
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Este apoio poderá aumentar nos próximos anos. "A nossa estratégia é a de encontrar novos parceiros que estejam disponíveis para apoiar este fundo financeiramente ou com outros meios", diz ao PÚBLICO Miguel Valverde, director do IndieLisboa, explicando, por exemplo, que se para um realizador acabar um projecto faltar apenas a pós-produção de áudio ou vídeo e existir uma empresa que disponibilize esse serviço gratuitamente, isso pode ser visto como um apoio do fundo.
O objectivo é atribuir este apoio anualmente. Mas na próxima edição, em 2012, será realizado um concurso ao qual poderão candidatar-se realizadores (com ou sem produtor) com projectos de filmes ou com trabalhos ainda não concluídos, refere o comunicado, sublinhando que se trata de um subsídio e que nem a Zero em Comportamento (que organiza o Indielisboa) nem a FNAC ficarão com quaisquer direitos "como co-produtores dos filmes, apenas como co-financiadores".
"Queremos ajudar pessoas que já começaram os seus projectos e que precisam apenas de um apoio para os finalizar. É uma ajuda nas despesas finais", insiste Miguel Valverde, para quem este apoio não é um instrumento comparável ao do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). "É exactamente o contrário, é dirigido aos realizadores que não têm esses apoios, à semelhança do que acontece no Indie com o prémio Novo Talento Fnac, que foi sempre ganho por realizadores sem o apoio do ICA, ou seja, pelos que fizeram os filmes com os seus meios."
Nesta primeira edição não houve concurso, mas o Indielisboa e a FNAC não quiseram guardar os oito mil euros. "As vendas do DVD superaram as expectativas e fez sentido lançar já este fundo", explica Miguel Valverde. Por isso, o primeiro apoio foi para Gabriel Abrantes, que tinha já vencido o Prémio Talento Fnac em 2009 e o Grande Prémio da Competição Nacional do IndieLisboa em 2010, e, desde essa data, tem vindo a ganhar preponderância no meio cinematográfico internacional (com destaque para o Leopardo de Ouro de Curta-Metragem em Locarno em 2010).
"Primeiro decidimos entregar este apoio a alguém que já tivesse ganho o prémio. Dos vencedores, o Gabriel era o único que estávamos a acompanhar no seu novo projecto", diz o director do Indielisboa, justificando ainda que com a entrada na secção competitiva Orizontti, no Festival de Veneza - vai ser exibido amanhã -, o filme Palácios de Pena teve de ser finalizado com urgência. "O orçamento ainda não estava completo", acrescenta Miguel Valverde, para quem Gabriel Abrantes foi uma escolha óbvia.
Na próxima edição, o projecto a ser apoiado já será escolhido através de um comité próprio, ainda a ser criado. No entanto, se as vendas do DVD correrem tão bem como este ano e se novos parceiros se unirem à FNAC e ao Indielisboa, o número de projectos beneficiados poderá aumentar. "Isso ainda não está definido. Claro que se com as vendas juntarmos apenas cinco mil euros, não os vamos repartir. Mas se conseguirmos novamente os oito mil, ou mais, poderemos dividir por dois, tudo conforme os projectos apresentados na candidatura", informa Miguel Valverde, deixando as portas abertas para todos os projectos, sejam eles "curtas, longas ou documentários".
O segundo DVD para venda na FNAC já está a ser preparado e, se as vendas correrem como as do primeiro, o concurso vai ser lançado já no início do próximo ano. Caso contrário, será preciso esperar até meados de Maio. "É preciso ter uma noção do montante que temos no fundo, que neste momento provém única e exclusivamente das receitas do DVD, para podermos lançar o concurso", conclui Valverde.