Nuno Crato: “Estudar vale a pena para poder ganhar mais dinheiro”

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Crato sustenta que “vale a pena a apostar na educação nestes tempos de crise” Foto: Rui Gaudêncio

Durante uma "aula" na Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide, Crato respondeu a uma pergunta do director da “escola”, o eurodeputado Carlos Coelho, sobre qual deve ser a prioridade na alocação dos recursos e se faz hoje sentido que se aposte na educação.

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Durante uma "aula" na Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide, Crato respondeu a uma pergunta do director da “escola”, o eurodeputado Carlos Coelho, sobre qual deve ser a prioridade na alocação dos recursos e se faz hoje sentido que se aposte na educação.

Crato disse-se muito honrado por estar numa iniciativa do partido que o convidou para estar neste Governo e, sendo um independente, afirmou-se um “simpatizante da política do PSD e do programa do partido de Governo” com o qual garantiu identificar-se. “Sim vale a pena a apostar na educação nestes tempos de crise”, respondeu depois Crato a Coelho.

“Vale a pena investir em educação? Sim. Precisamente por estarmos num momento muito difícil, porque temos problemas de curto prazo e de médio prazo, mas porque temos um problema que é fundamental para o país que é a formação dos nossos jovens. Porque o desenvolvimento do país faz-se com massa humana”, acrescentou.

“E porque é que vale a pena a educação?”, perguntou. “ Deixem-me começar por um aspecto que pode parecer prosaico e materialista. E perante tantos idealistas como aqui estão, parecer materialista pode parecer mal. Estudar vale a pena para poder ganhar mais dinheiro”, afirmou.

“Eu acho que devemos dizer isso aos jovens. Porque o mundo faz-se com razão, com idealismo, mas também se faz com incentivos, com decisões que são feitas com as opções que as pessoas têm. E uma das opções que se tem enquanto jovem e mesmo mais tarde é das nos prepararmos para a vida. E estudar vale a pena porque se ganha mais dinheiro”, acrescentou.

Crato citou depois alguns números: “com quatro anos ou menos de escolaridade o salário médio, em 1982, era de 527 euros; com o ensino secundário completo era 799 euros e os licenciados tinham um salário médio de 1399 euros.”

Depois disse mais: “Se passarmos a 2006 o incremento é bastante grande, não nos que têm quatro anos ou menos de escolaridade que passam de 527 euros para 580 euros. Mas já no ensino secundário há uma diferença um bocadinho maior mas não muito significativa, passam de 799 para 861. Mas sobretudo para os licenciados que passam de 1399 para 1625.”

“Quanto mais qualificados estiverem, mais contribuem para o futuro do país”, afirmou, revelando que há vários estudos que concluem que quanto maior for a qualificação do país maior é o Produto Interno Bruto do país e a sua capacidade para crescer.

“O que os jovens acham mais importante: a educação liberta e vale por outras razões. Que é a capacidade de nós termos de ouvir um poema de Fernando Pessoa, gostarmos e percebemos do poema. A educação eleva as pessoas.”

Por isso, Crato acrescenta que a educação faz-nos a todos melhores. “Melhores cidadãos e melhores pessoas.” “Melhorar a qualidade do ensino é o problema principal da educação em Portugal”, salientou.