"Scarface" regressa às salas de cinema, 30 anos depois
Para apresentar o lançamento do clássico de gangsters em Blu-Ray, a Universal Studios reuniu Al Pacino e alguns actores do elenco - Steven Bauer, Robert Loggia e F. Murray Abraham -, assim como o produtor Martin Bregman, para que falassem sobre o filme e o processo de rodagem, em 1983.
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Para apresentar o lançamento do clássico de gangsters em Blu-Ray, a Universal Studios reuniu Al Pacino e alguns actores do elenco - Steven Bauer, Robert Loggia e F. Murray Abraham -, assim como o produtor Martin Bregman, para que falassem sobre o filme e o processo de rodagem, em 1983.
Passados quase 30 anos, Pacino considera que "Scarface" conquistou um importante estatuto na indústria cinematográfica, e que se tornou num clássico do do género. " Já não se fazem filmes assim; ‘Scarface' tornou-se no que hoje em dia são projectos desta indústria", disse, citado pela ABC, na festa de lançamento que aconteceu na terça-feira, no Teatro Belasco, em Los Angeles.
Relativamente à sua personagem, revelou que ficou muito interessado em interpretar Tony Montana, depois de se ter inspirado na prestação de Paul Muni - Tony Camonte na versão de 1932. Ainda sobre a personagem, o actor considerou que representa a ambição humana: "Tony Montana é como Ícaro. Luta e esforça-se para alcançar o sol, atreve-se a ele, e isso é algo que vive no interior de todos nós. Representa-nos de alguma maneira. Dá-nos algo com que nos identificamos".
"Scarface" de 1983 narra a ascensão e queda de Tony Montana, um mafioso cubano que chega a Miami para fundar um império sustentado pelo tráfico de cocaína. Quando saiu para as salas, o filme foi mal recebido pela crítica, mas rapidamente o público elevou-o ao estatuto que hoje é conhecido - foi candidato a três Globos de Ouro e conquistou em 2008 a nomeação de um dos dez filmes mais influentes da história do cinema de gangsters, concedido pelo Instituto de Cinema Americano.
"Foi estripado pela imprensa, ninguém gostava dele, mas teve uma grande audiência", afirmou o actor, que classificou de "quase um milagre" de ainda ser redescoberto pelas novas audiências. Para Bregman - que trabalhou noutras produções com Al Pacino, como "Um Dia de Cão", "Serpico" e "Perseguido Pelo Passado" - o sucesso do filme teve que ver com o rigor realista da narrativa: "Quando se tenta projectar algo que está lá, que é real, corre-se o risco de que o público não aceite, temos de ser rigorosos. Ser fiel à realidade é sempre a chave", disse.
De Palma rodou ao longo de quase nove meses o argumento de Oliver Stone. Segundo Al Pacino, para projectarem o filme, Stone e De Palma andariam interessados em recriar a ganância e a ambição humana característica daquele período, associado a Wall Street. Esta colaboração "explosiva", como classificou, provocou algumas divergências entre os dois conhecidos realizadores. "A direcção de actores de De Palma não casava bem com as preocupações sociopolíticas de Stone, apesar de nunca terem chegado a chocar", disse o actor, que considerou o filme como um dos favoritos em que participou, "por toda a sua evolução".
Passadas quase três décadas, os espectadores poderão recuperar a violenta versão de Brian de Palma de "Scarface", desta vez com som e imagem restaurados em alta definição. As hipóteses são as 475 salas norte-americanas ou o Blu-Ray que estrá nas lojas a partir de dia 6 de Setembro.