"Juramaia sinensis" é o mais antigo fóssil de mamífero com placenta

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Mark A. Klinger/Museu de História Natural Carnegie

A equipa do paleontólogo Zhe-Xi Luo, do Museu de História Natural Carnegie, em Pittsburgh, nos Estados Unidos, deu ao animal o nome científico “Juramaia sinensis”, que significa “mãe jurássica da China”.

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A equipa do paleontólogo Zhe-Xi Luo, do Museu de História Natural Carnegie, em Pittsburgh, nos Estados Unidos, deu ao animal o nome científico “Juramaia sinensis”, que significa “mãe jurássica da China”.

Esta descoberta revela que a separação entre os mamíferos placentários e os metatérios, que têm nos mamíferos marsupiais os seus descendentes actuais, ocorreu 35 milhões de anos mais cedo do que se pensava até agora.

O “Juramaia sinensis” retira assim o recorde do mamífero com placenta mais antigo ao “Eomaia”, com 125 milhões de anos, descrito em 2002 também por Zhe-Xi e John Wible, igualmente do Museu de História Natural Carnegie. Em Portugal, nas minas da Guimarota, perto de Leiria, encontrou-se, em 1976, o primeiro esqueleto de um mamífero do Jurássico, também do tamanho de um ratinho, o que as tornou desde então mundialmente conhecidas.

“Com 160 milhões de anos, o ‘Juramaia’ é a tia-bisavó ou a bisavó de todos os mamíferos placentários que prosperam hoje”, realçou Zhe-Xi, num comunicado do museu.

Além do crânio ou da impressão dos pêlos, o novo fóssil preservou aspectos importantes que permitiram à equipa perceber que estava na presença de um mamífero com placenta (ou eutério). É o caso dos dentes e das garras das patas dianteiras.

“Os dentes do ‘Juramaia’ têm todas as características típicas nos dentes dos eutérios. Especificamente, os eutérios têm três molares e cinco pré-molares, o que contrasta com os metatérios, caracterizados por quatro molares e três pré-molares”, explicou Zhe-Xi, citado pela BBC online. “Além disso, os ossos das patas da frente e dos pulsos têm características dos eutérios e não apresentam nenhuma dos metatérios.”

Cerca de 90 por cento dos mamíferos da Terra têm placenta, pelo que a descoberta do seu antepassado mais antigo até agora é mais uma peça para compreender a história da sua evolução. Ou os seus modos de vida iniciais: neste caso, o “Juramaia” gostava muito de trepar às árvores. “A estrutura das suas mãos sugere que era capaz de trepar. Por isso, interpretamo-lo como mamífero insectívoro trepador de árvores que caçava insectos para viver”, refere Zhe-Xi.