Pintora Maria Lucília Moita morre aos 82 anos
A pintora Maria Lucília Moita, considerada uma das últimas herdeiras dos grandes pintores naturalistas portugueses como Silva Porto e Henrique Pousão, morreu hoje aos 82 anos em Abrantes, onde residia.
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A pintora Maria Lucília Moita, considerada uma das últimas herdeiras dos grandes pintores naturalistas portugueses como Silva Porto e Henrique Pousão, morreu hoje aos 82 anos em Abrantes, onde residia.
Lucília Moita nasceu em Alcanena em 1928 mas, embora longe dos grandes centros artísticos e culturais, não deixou de fortalecer uma carreira, tornando-se numa personalidade cultural contemporânea e uma das pintoras mais conhecidas e premiadas da região.
Abrantes foi a sua terra de acolhimento, ali residindo desde 1954.
Há alguns anos que na sua própria casa abria as portas do seu ateliê a visitas de grupos escolares, num gesto de serviço à comunidade local. "A pintura para mim não é um passatempo, é uma exigência", costumava dizer.
A sua arte está representada em colecções particulares nacionais e estrangeiras e ainda em museus como o do Chiado, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Museu José Malhoa, Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Museu de Setúbal e outros.
Em comunicado, a Câmara Municipal de Abrantes "lamenta com pesar o desaparecimento de uma figura ímpar da cultura local e nacional, recordando a vasta obra artística e o seu carácter humanista".
Maria Lucília Moita cedeu uma grande parte do seu espólio ao município de Abrantes, do qual fazem parte quadros a óleo, um vasto conjunto de desenhos e diversa documentação que enquadra a sua vida e obra, peças e material que integrarão o núcleo de pintura com o seu nome, a instalar no futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte.
O corpo encontra-se em câmara ardente na Capela de Santana, em Abrantes. O funeral realiza-se na terça-feira, com missa de corpo presente, na Igreja de S. Vicente, seguindo depois para Lisboa.