Lanterna Verde

O "Batman" de Tim Burton (primeiro) e Christopher Nolan (depois), os "X-Men" de Bryan Singer e o "Homem-Aranha" de Sam Raimi têm muito por que responder, ao lançar a possibilidade dos super-heróis no cinema serem humanos demasiado humanos habitando um universo muito próximo do nosso.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O "Batman" de Tim Burton (primeiro) e Christopher Nolan (depois), os "X-Men" de Bryan Singer e o "Homem-Aranha" de Sam Raimi têm muito por que responder, ao lançar a possibilidade dos super-heróis no cinema serem humanos demasiado humanos habitando um universo muito próximo do nosso.


O resultado tem sido uma "invasão" de filmes de super-heróis com um olho nas receitas de bilheteira e outro na credibilidade das suas histórias - e, no caso de "Lanterna Verde" (personagem menor do universo da DC Comics), essa esquizofrenia "uma no cravo outra na ferradura" é fatal ao filme. A história de um piloto de testes irresponsável escolhido para se juntar a um corpo de polícia interestelar quer ser ao mesmo tempo uma história sobre filhos em luta com a imagem dos pais e uma fantasia adolescente de ficção científica.

Se individualmente eles até podiam ser interessantes, colados desta maneira a coisa torna-se rapidamente num "cartoon" descartável que se vê sem fastio mas se esquece assim que a projecção acaba (com o inevitável "gancho" para uma possível, mas improvável, sequela). Ainda assim: Ryan Reynolds tem a atitude e a pose certas para o papel e a sua descontracção ajuda; Peter Sarsgaard cabotina deliciosamente no vilão; e ter aos controlos o veterano Martin Campbell ("A Máscara de Zorro", "007 Goldeneye", "007 Casino Royale"), que sabe como manter um filme a mexer e gerir ritmo e acção, não é dispiciendo.