Quarenta cidadãos alertam para degradação do Portinho da Arrábida
As quatro dezenas de pessoas juntaram-se para assinalar um ano sobre o início dos protestos que juntaram vários cidadãos em torno da questão da degradação da praia do Portinho da Arrábida e lembraram que a areia continua a desaparecer daquele local.
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As quatro dezenas de pessoas juntaram-se para assinalar um ano sobre o início dos protestos que juntaram vários cidadãos em torno da questão da degradação da praia do Portinho da Arrábida e lembraram que a areia continua a desaparecer daquele local.
“Neste momento temos um problema muito grave de desassoreamento, que se tem vindo a acentuar ao longo dos últimos anos e este ano temos a praia neste estado. As causas podem ser a erosão, a subida do nível das águas, pontões ao longo da costa e há a falta de um estudo de impacto ambiental sobre as dragagens contínuas do Porto de Setúbal”, disse à agência Lusa o presidente do Clube da Arrábida, Pedro Vieira.
O responsável adiantou que um navio do Porto de Setúbal esteve “durante três meses a dragar areia em frente” à praia, considerando que essa pode ser uma das causas da perda de areia. “Para os navios entrarem no canal, este tem que ser dragado. Não sabemos se tem alguma relação, mas o que é certo é que a praia está com menos areia”, disse, adiantando que o facto de a praia estar coberta de pedras está a retirar pessoas ao local.
Presente na iniciativa esteve a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, que considerou que a erosão tem sido muito rápida e que, apesar dos diversos alertas da autarquia, as entidades que tutelam a costa nada têm feito. “Andamos há alguns anos a solicitar a gestão destas praias. Continuámos a pedir durante este ano que fossem feitas reuniões onde estivéssemos sentados - as diversas entidades que são os gestores e administradores destas praias - e essa reunião já lá vai mais de um ano e ainda não se verificou”, lamentou a autarca.
Maria das Dores Meira considerou também que a causa da falta de areias nas praias pode estar relacionada com as dragagens operadas pelo Porto de Setúbal naquele local. A autarca apresentou uma solução: “O despejo da areia que é dragada aqui é feito em alto mar. Deveria ser feito o reforço da areia aqui. Era muito mais perto e teria menos custos”.