Super 8

Como grande "filme-remorso" para este Verão não está mal: um "elogio do super 8", do amadorismo adolescente e dos filmes de tostões, todos os dias trucidados pelos filmes de trilhões (como, de resto, "Super 8" - é por isso que se trata um filme-remorso).

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Como grande "filme-remorso" para este Verão não está mal: um "elogio do super 8", do amadorismo adolescente e dos filmes de tostões, todos os dias trucidados pelos filmes de trilhões (como, de resto, "Super 8" - é por isso que se trata um filme-remorso).


JJ Abrams tem um certo talento, um certo desempoeiranço pelo menos: é conferir pelo plano de abertura, que dá o "trauma" narrativo numa elíptica penada (e depois contrastar com a meia-hora que Redford, na "Conspiradora", demora a contar um dos acontecimentos mais contados da história da humanidade, o assassínio de Lincoln). Já sabíamos que Abrams era desempoeirado, também já sabíamos que vê pouco ou, o que é o mesmo, tem pouco para dar a ver: é descoroçoante como "Super 8" se vai encerrando num filme de fórmula, cheio de barulheira e extra-terrestres iguais ao litro, para finalmente se contentar com uma vénia aos "Encontros Imediatos" de Spielberg (era o "summer of 79", o "E.T." ainda estava para chegar), assumir a "fábula", e esquecer a história dos miúdos que queriam fazer um filme de zombies à Romero.

É por isso que o genérico final é um remorso dentro do remorso.