Chefes Intragáveis
Dizia o Senhor Ernst Lubitsch, um dos inventores da comédia cinematográfica, que o problema da comédia estava na sua propensão para "atraír os medíocres". Se tinha razões para o dizer nos anos 30, que diria ele agora, quando em cada esquina há um "engraçado".
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Dizia o Senhor Ernst Lubitsch, um dos inventores da comédia cinematográfica, que o problema da comédia estava na sua propensão para "atraír os medíocres". Se tinha razões para o dizer nos anos 30, que diria ele agora, quando em cada esquina há um "engraçado".
Em "Chefes Intragáveis" há pelo menos três (Jason Bateman, Charlie Day e Jason Sudeikis), de "background" televisivo ("Saturday Night Live" e afins), e ninguém lhes disse que um filme não é necessariamente um número de "stand up" ambulante (a não ser, claro, que se seja um trio de génios, mas esses já morreram, chamavam-se Marx). Estes três engraçados querem ver-se livres dos respectivos chefes, um porque é um sádico (Kevin Spacey), outro porque é um imbecil (Colin Farrell), a do terceiro porque é uma ninfomaníaca (Jennifer Aniston).
São todos bonecos (menos Aniston quando abre a bata) e Spacey e Farrell nunca foram tão irritantes. Há "gags" dignos da "Academia de Polícia" (que ao pé disto parece uma coisa duma dignidade solene), humor de graçolas e apartes ("revisteiro", sem ofensa para a revista), e nenhum, mas rigorosamente nenhum, sentido de construção de alguma coisa, narrativa ou outra: são só "momentos", desconexos e descontínuos, prontos a servir com a mesma graça (ou falta dela) no YouTube.
Numa palavra, péssimo.