Capitão América
A mais recente adaptação ao cinema de um super-herói da Marvel não é tanto um filme de super-heróis como fita derivativa de aventuras dos anos 1940, "remake" subterrânea dos "Salteadores da Arca Perdida" com Indiana Jones, aliás Capitão América, combatendo um biltre nazi que busca controlar as forças do oculto.
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A mais recente adaptação ao cinema de um super-herói da Marvel não é tanto um filme de super-heróis como fita derivativa de aventuras dos anos 1940, "remake" subterrânea dos "Salteadores da Arca Perdida" com Indiana Jones, aliás Capitão América, combatendo um biltre nazi que busca controlar as forças do oculto.
E a maior inteligência do argumento de Christopher Marcus e Stephen McFeely é manter a personagem no período que a gerou (II Guerra Mundial), tornando este Capitão América no resultado inesperado de um programa experimental do exército americano que se vê durante algum tempo reduzido a "herói de papel" usado para apoiar o esforço de guerra, numa meta-ficção tanto mais sedutora quanto joga com a própria história do filme de guerra e do cinema de aventuras.
É verdade que em nenhum momento se transcende o anonimato competente e industrial, em nenhum momento se sente a leveza ou o "élan" que um realizador com outro arcaboiço traria ao projecto; e as "pistas" deixadas ao longo do filme para o mega-"mashup" de super-heróis dos "Vingadores" que a Marvel anuncia para 2012 são sintomas que "Capitão América" só existe para cumprir uma agenda de marketing. Mas que, pelo meio da agenda de marketing e do gigantismo da produção, haja aqui uma fita descontraída, descomprometida, refrescantemente modesta e francamente simpática - que, noutros tempos, seria uma série B de complemento ou um "serial" de matiné - não é de deitar fora.