O Atalho
Ainda não é desta que se fica a perceber porque é que tanta gente (e mesmo gente de bem) traz Kelly Reichardt nas palminhas. "Meek''s Cutoff" tem o mesmo problema dos outros filmes dela: mais afectação do que verdadeiro estilo, mais pose de "independente" (sinais de luzes, códigos, como lhe queiram chamar) do que real "independência" (questão de espírito, mais do que de produção). Isto dito, "Meek''s Cutoff", que é a enésima "revisão" do "western" como ostensiva parábola da origem da América, é obra suficientemente sólida e determinada (até narrativamente) para não se distrair (nem distrair) demasiado, um "filme a sério" de semblante austero capaz de não se trair nem deixar levar pela vontade de captar a atenção do adolescente impaciente que não gosta de "filmes parados". É pouco para gritar à obra-prima, é o que basta para ser filme que se veja.
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Ainda não é desta que se fica a perceber porque é que tanta gente (e mesmo gente de bem) traz Kelly Reichardt nas palminhas. "Meek''s Cutoff" tem o mesmo problema dos outros filmes dela: mais afectação do que verdadeiro estilo, mais pose de "independente" (sinais de luzes, códigos, como lhe queiram chamar) do que real "independência" (questão de espírito, mais do que de produção). Isto dito, "Meek''s Cutoff", que é a enésima "revisão" do "western" como ostensiva parábola da origem da América, é obra suficientemente sólida e determinada (até narrativamente) para não se distrair (nem distrair) demasiado, um "filme a sério" de semblante austero capaz de não se trair nem deixar levar pela vontade de captar a atenção do adolescente impaciente que não gosta de "filmes parados". É pouco para gritar à obra-prima, é o que basta para ser filme que se veja.